Paulo Jorge

Paulo Jorge

A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.

1970-07-17 Lisboa
57186
0
3

O Medo



Não tenhas medo pequeno,
é só o perfume das flores do campo,
Não temas,
São um jardim de cores apenas.

Não tenhas medo pequeno,
é só a chuva a cair lá fora,
Não temas,
São gotas de água apenas.

Não tenhas medo pequeno,
é só o céu estrelado,
Não temas,
São pirilampos celestiais apenas.

Não tenhas medo pequeno,
é só um choro abafado,
Não temas,
São fados ancestrais apenas.

Não tenhas medo pequeno,
é só uma andorinha a voar,
Não temas,
São suspiros de liberdade apenas.

Não tenhas medo pequeno,
é só uma cova aberta,
Não temas,
São saudades tuas apenas.

Lx, 9-5-2010
610
0


Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores