pepperlegal
Comecei a versar como via de protesto contra leis antidrogas, mas pela força poética a singeleza e conexão com o Reino de Deus. O livro "Boemia & Subversão" está a venda: http://www.saraiva.com.br/boemia-subversao-9347493.html. Quem quiser a versão online na faixa me procura!
Central Bacana
Central Bacana
- Toca Raul!
Evolui a noção de um,
a Terra parou para sempre
e todos desceram na estação
das brumas do outono verdejante.
O calor de abano da paquera
é o tempero da brasa infinita,
de galopadas fumaças e risos
largos das pegadas cavalgadas.
o sonho ideal conecta na realidade
quem encontra pela frente
a infinita ordem cotidiana
e viajantes ainda sem nome.
Quem vive procurando
dorme no escuro se achando
a luz do horizonte que desperta,
o sentido torna primavera.
Um tem algo aceso,
outro gira baganas escuras,
defuma a leva de liberdade
nos altos da parada da glória.
Da janela odor de alívio
e vento varrendo a área,
o hálito de fumo do coração
viciado revive o prado.
O quente sobe um frio que aquece
o morno ferve o chão de estrelas
o frio suaviza a malha surrada
mas a gelada é a porta de entrada.
Doce lembrança viva do um,
lá ninguém pensa na volta
a retirada a prazo da natura
pilar de todos os dias na labuta.
Ao longe a estátua perfeita do sol
alumia o pensamento único do dia,
da semana, o olhar da vida inteira
com seu próximo de testemunha do todo.
Dorme nas tetas animais estudantes,
viaja nos galhos de metal o cabra
no tempo da cabra da grama molhada
e a criança da bala abrindo caminho.
Conversa todo destino e gosto,
todos os ritmos no balanço do trem
bala, na cadência dos bondes trilha
de pedras picos e antros montanhosos.
Entre as quedas da selva de pedra
roça rústico pé de passagem
do melaço jambo tronco das raças
criando terra no balanço das curvas.
A composição lustrada desliza direto
ao núcleo de baldeação das linhas aleatórias,
dando sempre no mesmo lugar
qualquer que seja o ponto final.
Em meio a todo cenário gritando
cor, a rocha rock das invernadas
empedra a roda das transformações
no palco do dia que é noite.
Nasce o dia mais estrelado
do dia em que a Terra parou,
um desconhecido apaixonou a cobradora
que liberou para sempre a catraca.
Todos sempre sem tempo
agora rumo à Parada Pinto
espirram na Boceta Grande
ponto de partida viandante.
Inflam vorazes as rugas das reentrâncias
alisando a pele de passagem dos povos,
a viagem acomoda a mente na série
de memória que se refaz pelas barrancas.
Os pés no trilho da Paixão
levita o espírito da massa,
o doce barato é o Paraíso
no embarque do Terminal Central.