pepperlegal

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Comecei a versar como via de protesto contra leis antidrogas, mas pela força poética a singeleza e conexão com o Reino de Deus. O livro "Boemia & Subversão" está a venda: http://www.saraiva.com.br/boemia-subversao-9347493.html. Quem quiser a versão online na faixa me procura!

1978-02-14 São Paulo
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Alguns Poemas

Central Bacana

Central Bacana
- Toca Raul!

Evolui a noção de um,

a Terra parou para sempre

e todos desceram na estação

das brumas do outono verdejante.

O calor de abano da paquera
é o tempero da brasa infinita,

de galopadas fumaças e risos

largos das pegadas cavalgadas.

o sonho ideal conecta na realidade

quem encontra pela frente

a infinita ordem cotidiana
e viajantes ainda sem nome.

Quem vive procurando

dorme no escuro se achando
a luz do horizonte que desperta,

o sentido torna primavera.

Um tem algo aceso,

outro gira baganas escuras,
defuma a leva de liberdade
nos altos da parada da glória.

Da janela odor de alívio

e vento varrendo a área,

o hálito de fumo do coração
viciado revive o prado.

O quente sobe um frio que aquece

o morno ferve o chão de estrelas

o frio suaviza a malha surrada

mas a gelada é a porta de entrada.

Doce lembrança viva do um,

lá ninguém pensa na volta
a retirada a prazo da natura

pilar de todos os dias na labuta.

Ao longe a estátua perfeita do sol
alumia o pensamento único do dia,
da semana, o olhar da vida inteira

com seu próximo de testemunha do todo.

Dorme nas tetas animais estudantes,

viaja nos galhos de metal o cabra

no tempo da cabra da grama molhada
e a criança da bala abrindo caminho.

Conversa todo destino e gosto,

todos os ritmos no balanço do trem
bala, na cadência dos bondes trilha

de pedras picos e antros montanhosos.

Entre as quedas da selva de pedra

roça rústico pé de passagem

do melaço jambo tronco das raças

criando terra no balanço das curvas.

A composição lustrada desliza direto

ao núcleo de baldeação das linhas aleatórias,
dando sempre no mesmo lugar

qualquer que seja o ponto final.

Em meio a todo cenário gritando

cor, a rocha rock das invernadas

empedra a roda das transformações

no palco do dia que é noite.

Nasce o dia mais estrelado

do dia em que a Terra parou,

um desconhecido apaixonou a cobradora
que liberou para sempre a catraca.

Todos sempre sem tempo
agora rumo à Parada Pinto

espirram na Boceta Grande

ponto de partida viandante.

Inflam vorazes as rugas das reentrâncias

alisando a pele de passagem dos povos,
a viagem acomoda a mente na série

de memória que se refaz pelas barrancas.

Os pés no trilho da Paixão
levita o espírito da massa,

o doce barato é o Paraíso

no embarque do Terminal Central.
16/11/14

A marcha da pedra

A marcha da pedra

'Glória ao Nome Santo

do Senhor, Aquele

que veio e nos presenteou

com o crivo da Vida Eterna.'


Na correria até metrópole

é pequena, por cada reverência

forma o mestiço africâner

a graça do dia,

língua adormecida

no sonar ruivoriental,

quem quer ver

vê de longe.

Bielaformosa!

Os olhares se prolongam

para a gente encontrando

tornados noite

sob a biqueira,

os abraços prolongam-se

para a gente encontrando

tornado dia

sobrenatureza,

se os beijos prolongam

a gente encontrando

tornados nuvens

sobre as tectônicas.

Marceleza!

Rápida na aurora

vemos a voz do pó,

concorre com a pedra

dia-a-dia carburando

a britadeira de chama,

repique microscópico,

que dure mais

no salto das cinzas.

Chamaleste!

Repente o ímpeto

entre ir e vir

fissura cósmica,

ar de compromisso,

inspira a vizinhança

o comentário viandante,

criança e de idade.

Rochachoque!

O pó ilumina o Caminho.

A cinza cria a História.

O viandante trilha longamente...

O filho aprende

encanto e contemplação

primavera infante,

pitilho mestre

cigarro de areia,

panela de volume,

halo madrugadouro

colina de sinhá,

cachimbo de cartola

imita, faz contato

pra vida continuar.

O cigano acende um

saldando enteados,

seixos existenciais.

Praticundum!

Fumar tudo

pode ser seu fim,

incrivelmente

a mesma pedra

faladora

dita plataforma

da rota augusta,

na boca do crente

vira fé

em nuvens de esplendor.

Miráculo!

Nos faz

perceber e a eternidade...

Nos faz

melhor e a infinitude!

Bom sinal

as cores da fumaça

acelerarem os passos

das pólis do Senhor,

chama seu povo

às vias superiores,

à terra verdejante

corre o suor,

expurga a água,

alma fiel

de uma vida inteira.

Trago com a poesia as novas do Reino de Deus, conexão psicotrópica e liberdade de expressão.

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