MARIA DE FATIMA FERREIRA RODRIGUES

MARIA DE FATIMA FERREIRA RODRIGUES

Sou um ser humano em constante construção. Me sinto parte da natureza e a ela vinculada no sentido material e imaterial. Gosto de lidar com as palavras construindo e desconstruindo castelos. Portanto, escrevo como um exercício de compreensão de mim e do mundo.

1957-12-21 Farias Brito - Ceará
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Alguns Poemas

Declaração de amor aos rios

Declaração de amor aos rios 

Gosto de mergulhar  na Geografia dos rios
com suas curvas longilíneas
envoltas em tecidos aderentes 
onde pássaros, anfíbios, beija-flores,  borboletas, e tantas outras espécies encontram seu habitat
Com o espírito liberto adentro ao  Amazonas 
descendo em despenhadeiros desde o Peru
varando a planície extensa
O rio, a água e a terra amalgamando vidas em sintonia com a floresta 
e abastecendo os ribeirinhos
Abundância de tudo! 

Paisagens incontáveis! 

O Uruguay
Com suas imensas cachoeiras
planícies, serras e despenhadeiros
 a encantar os pampas
a alimentar os indigenas
Paisagens incontáveis!
Rio São Francisco
Peleja entre água, rochs e ventos
traduzida em canions e planícies 
cheios de altos e baixos
 e de surpresas
A natureza modela e recria
A sociedade degrada! 

Paisagens incontáveis! 

Dois rios "Jaguaribe" 
Um no Ceará
Cruzando tantas cidades
Outro a acolher a própria vida em memória da Parahyba
Rios e  vidas
Nesses vales de lágrimas
 e de sonhos
Vidas sobre vales !
Paisagens incontáveis!
No caminhar dos rios
Os ruídos calientes das suas águas
Ou a dura frieza que cura
 a dor da alma
Um convite à imaginação 
Emoldurado pelas terras
vermelhas, roxas, acinzentadas
eles serpenteiam
Enchem-se
Vazam!
Paisagens incontáveis
São polissêmicos os rios
e emprestam-se a muitas metáforas
Rios de lágrimas
Rios de sangue
Rios de Prata
"Rio da Prata"
Rio da morte
(....)
Abrigam ampla biodiversidade 
Tão diversa que é impossível narrá-las
em sua plenitude
Mas além da vida que os animam
O rios povoam a memória
de crianças e adultos
em suas viagens subterrâneas
Não  há nada melhor do que "dar de braçada neles"...
Abraçá-lo em tempos de águas fartas
e descer em suas correntezas
ouvindo o canto dos pássaros
Pular de suas encostas
e navegar, navegar, navegar
Medi-lo com os olhos e indagar-se
- Posso?
Cariús de minha infância
Quase morto
Amazonas dos meus sonhos
São Francisco, Chico, Velho Chico, de tantas cachoeiras e águas calmas
Que lindeza é vê-lo adentrar ao mar!
Os rios traduzem-se em vida.
Oh! Minha ! Oh nossa!
 Oh ! América Latina !
abundas em rios
Como nós abundamos em lágrimas
Paisagens incontáveis!
Dores infindas! Lutas sem tréguas! 
Rios de esperanças e de teimosias nos acolhem e nós os seguimos 
em alvoroçadas destruições. 

Fátima Rodrigues, Expedicionários, João Pessoa, Paraiba, Brasil em 20 de maio de 2020.
Sou um ser humano em constante construção. Me sinto parte da natureza e a ela vinculada no sentido material e imaterial. Gosto de lidar com as palavras construindo e desconstruindo castelos. Portanto, escrevo como um exercício de compreensão de mim e do mundo. Além de escrever e ler gosto de cinema, de música e de praticar jardinagem. Sou mãe e essa é uma experiência de vida que me fascina e desafia permanentemente.
https://www.facebook.com/faatimarodrigues
faatimarodrigues@yahoo.com.br
Tatiane Viegas
Parabéns! É muito bonito.
30/dezembro/2020
Helder Roque
Gostei imenso.
16/dezembro/2020
Helder Roque
Belissimo poema.
12/dezembro/2020
-
lagazaz
Belos versos
27/julho/2020
-
jeiancoski
Achei muito lindo!
02/julho/2020

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