Tétrico sonho desvanecido,
pífio sorriso assombrado,
um brado, um lapso,
teu rosto de nuvem itálica,
tua breve e suave eutanásia,
agora somente o silêncio brada,
implora a minha presença,
o céu de veludo dorme eternamente,
como píncaro tétrico,
somente ouve-se o doloroso silêncio,
sinos a triscar em tua mente,
o sono devora tua insânia,
eterna saudade do elísio campo,
teu corpo de seda dorme,
como suave crepúsculo,
em teu catre sepulcral,
na fatídica noite do teu ser,
ouço o gemido do ar, do tolher,
ressôo de harpas asfalticas,
vejo teu rosto partir,
embevecido de madrugada,
o sono cético leva-te,
a treva cobre teu rosto,
corre selvagemente em teu ninar,
horizonte ríspido e sem cor,
só a dor, só a insignificância,
somente o arrebol como testemunha,
do doloroso e triste fim.