OFÍCIO DE UM POEMA
...As sombras vestem-me,
desse imenso e umbral destino.
Deixa-me na exatidão do teu corpo,
penetrar como poema desvairado,
extraído do exímio poeta.
As noites dos cães fogem como sombras,
ladrão no deserto do meu ser,
o lascivo conto do encanto.
O desamor morre como um velho momento,
no ócio ofício de um retumbar.
As paginas do destino abrem-se,
como suave alento que vem de dentro.
As asas brancas da paz,
sobrevoam as sombras inundadas de pólen.
Amiúde as utopias variáveis como um cálice,
o sono grita em minha mente,
as sombras assomam em meu corpo,
no umbral e colossal destino,
cântico de um velho pássaro.
As sombras escuras no branco do papel virginal,
mostram-me a saudade incontida,
que retida ficou no ofício de um poema...