Pero Garcia

poeta espanhol

Burgos
1290
1374
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Maria Negra

Maria Negra, desventurada,
é por muitas piças comprar,
que na mão lhe não querem durar
e cedo morrem à malfadada.
Um membro grande que comprou,
ao serão, ontem, o esfolou.
Mas outra já tem, já amormada.

Ficou a pobre arruinada
por comprar piças. Que desventura!
Piça que compra pouco lhe dura.
Mal a mete na sua pousada,
quer que ali morra de pulmoeira
ou torcilhão; doutra maneira
Maria Negra fica aguada.

Já dos seus bens está minguada
de tantas piças no ano perder,
que compra caras e vê morrer
pela humidade de casa molhada,
a estrebaria em que as afunda.
Tantas lhe morrem, que a velha imunda,
por piças berra na terra deitada.

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