Quarto Soneto

Os lírios que me vêem te olhar
Não sabem quando é noite ou quando é dia,
Nem sabem se é do sol ou do luar
A luz que os meus olhos extasia.

Os campos que me ouvem te chamar
Não lembram se é pranto ou melodia
Os sons que eu componho nesse mar
Remoto lá em minha fantasia.

De que valem todos esses campos?
De que vale no vale qualquer lírio,
Se não fia nem tece o teu rosto

Embuçado com os panos do delírio?
De que vale toda a natureza
Se eu já trago em mim tua beleza?

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