Poema Imortal

Minha vida nada possui de vazio
Conheço o silêncio da solidão
O indestrutível silêncio do exílio.

Meus olhos cruzam campinas silentes
O belo encrostando-se
nas imagens que criei
lúcidas
jamais mortas ou recortadas
límpidas
Sinto que fluem para a verdade.

As imagens contempladas dos gestos
constroem prazeres
Não espero nada
que ainda volte de um poço sem fundo.

Quero respirar a poesia sem outra dor
Sem visões de falsa paz.

Mesmo que o tédio amargure séculos
Viverei o reverso libertado da morte
sem nada deixar sofrer.

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