História
Diz a História que descendo
De celtas, mouros e visigodos.
Descendo e deles herdei todos
Os caracteres fundamentais
E talvez herdasse alguns mais
Da mestiçagem de outras raças
Que fizeram guerras, combatendo
Conquistaram e perderam praças.
Diz a História e não tenho
Do contrario uma prova séria
Em testamento que a revele.
E admito pois que o tamanho,
O rosto, o sangue, a cor da pele,
A fria razão e o instinto,
Adquiri em séculos de Ibéria
Para ser o que penso e sinto
O que mostro e o que oculto,
Excitável carne e uma voz
Memória de um país adulto
Que se não cala por não trair-me
No idioma de meus avós,
Para ser a mão direita firme
Que enche de palavras o papel,
Perpétuo aprendiz que sou eu
De velho oficio sem licença.
Admito. E as datas festejo
E retomo lutas que não venço
E amo nas horas do desejo
Com o mesmo requinte que deu
Origem de mim à Criação
E bebo o vinho e como o pão
Da minha sede e da minha fome.
Admito. E por isso, deponho.
Contudo, nada herdei que dome
A grandeza nova que transmito,
Não apenas sede, fome e sonho
De vinho, de pão ou de infinito,
Desejo, posse e fecundidade
Coragem forjada no segredo
Medo que se chore ou se brade
Guerra de amigo ou de inimigo,
Não própriamente o enredo
Mas esta seiva elementar
De África nos versos que digo
E os homens a saibam cantar.
De celtas, mouros e visigodos.
Descendo e deles herdei todos
Os caracteres fundamentais
E talvez herdasse alguns mais
Da mestiçagem de outras raças
Que fizeram guerras, combatendo
Conquistaram e perderam praças.
Diz a História e não tenho
Do contrario uma prova séria
Em testamento que a revele.
E admito pois que o tamanho,
O rosto, o sangue, a cor da pele,
A fria razão e o instinto,
Adquiri em séculos de Ibéria
Para ser o que penso e sinto
O que mostro e o que oculto,
Excitável carne e uma voz
Memória de um país adulto
Que se não cala por não trair-me
No idioma de meus avós,
Para ser a mão direita firme
Que enche de palavras o papel,
Perpétuo aprendiz que sou eu
De velho oficio sem licença.
Admito. E as datas festejo
E retomo lutas que não venço
E amo nas horas do desejo
Com o mesmo requinte que deu
Origem de mim à Criação
E bebo o vinho e como o pão
Da minha sede e da minha fome.
Admito. E por isso, deponho.
Contudo, nada herdei que dome
A grandeza nova que transmito,
Não apenas sede, fome e sonho
De vinho, de pão ou de infinito,
Desejo, posse e fecundidade
Coragem forjada no segredo
Medo que se chore ou se brade
Guerra de amigo ou de inimigo,
Não própriamente o enredo
Mas esta seiva elementar
De África nos versos que digo
E os homens a saibam cantar.
692
0
Mais como isto
Ver também