Murilo Mendes
Murilo Monteiro Mendes foi um poeta e prosador brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro.
1901-05-13 Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil
1975-08-13 Lisboa
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Elegia de Taormina
A dupla profundidade do azul
Sonda o limite dos jardins
E descendo até à terra o transpõe.
Ao horizonte da mão ter o Etna
Considerado das ruínas do templo grego,
Descansa.
Ninguém recebe conscientemente
O carisma do azul.
Ninguém esgota o azul e seus enigmas.
Armados pela história, pelo século,
Aguardando o desenlace do azul, o desfecho da
[bomba,
Nunca mais distinguiremos
Beleza e morte limítrofes.
Nem mesmo debruçados sobre o mar de Taormina.
Ó intolerável beleza,
Ó pérfido diamante,
Ninguém, depois da iniciação, dura
No teu centro de luzes contrárias.
Sob o signo trágico vivemos,
Mesmo quando na alegria
O pão e o vinho se levantam.
Ó intolerável beleza
Que sem a morte se oculta.
Poema integrante da série Siciliana, 1954/1955.
In: MENDES, Murilo. Poesias, 1925/1955. Rio de Janeiro: J. Olympio, 195
Sonda o limite dos jardins
E descendo até à terra o transpõe.
Ao horizonte da mão ter o Etna
Considerado das ruínas do templo grego,
Descansa.
Ninguém recebe conscientemente
O carisma do azul.
Ninguém esgota o azul e seus enigmas.
Armados pela história, pelo século,
Aguardando o desenlace do azul, o desfecho da
[bomba,
Nunca mais distinguiremos
Beleza e morte limítrofes.
Nem mesmo debruçados sobre o mar de Taormina.
Ó intolerável beleza,
Ó pérfido diamante,
Ninguém, depois da iniciação, dura
No teu centro de luzes contrárias.
Sob o signo trágico vivemos,
Mesmo quando na alegria
O pão e o vinho se levantam.
Ó intolerável beleza
Que sem a morte se oculta.
Poema integrante da série Siciliana, 1954/1955.
In: MENDES, Murilo. Poesias, 1925/1955. Rio de Janeiro: J. Olympio, 195
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