sinkommon

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Escrevo porque não tenho nada para dizer. Escrevo porque preciso. Não tenho mensagens nem respostas. Não faz sentido mesmo. E sim, são coisas 'esquisitas' porque eu não sei fazer outra coisa.

1992-10-22 Coimbra
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em cada 1, 1 mundo

Aqui, se vê e se lê
e quem não é, crê.
Palavras dispersas
personas diversas.

Dizem o que sentem,
dizem o que dizem.
Mas antes de clicar
no botão de gravar
uma vontade ardente
uma vaidade inocente.

Porque escrevemos?
Porque queremos?
Sim.
Porque podemos?
Sim.
Porque sentimos?
Sim.

Nestas palavras
poucas por partes
pequenos poemas
trémulas artes
articulamos o que,
o que na boca
se perde
não sai.

Porque no fim
e é mesmo assim
no fim, com as mãos
podemos riscar
podemos apagar
e ninguém vai saber
nem vai julgar.

Se a voz gagueja
também a escrita
a escrita também
também gagueja.

Se na voz o sentido
sentido mas não
não entendido
porque não faz
não faz sentido
e os demais
as demais não
não o apanham
frutas demasiado
altas
não vale a pena
só tendo a ladra
ladra o canito
e não há pau
só a ladra de lata
inútil e o sentido
lá fica
em cima
e ninguém mais
ninguém o apanha
e cai então
podre
e aí então
ninguém o quer mais.

Mas não é isso que queria dizer
aí está o que tentamos fazer,
fazer que quem nos lê,
quem nos lê nos veja,
e veja também com os nossos
olhos e ouça com os nossos
ouvidos e tenha ainda
tido as mesmas experiências.

Não é assim. Não é assim.
Porque em cada mão
em cada corpo
em cada coração
está um mundo
um mundo que difere
e fere porque não
não é possível
o entendimento
sem confusão.


08/07/2018
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