das partes que não partiram
das partes que não partiram
é que somos compostos.
somente através de regressos
amamos e vivemos.
o tempo nos fere e divide.
despedimo-nos de nós mesmos e das coisas
a cada mínimo instante,
e, no entanto, não abandonamos nada.
parte a estação, resta-nos a pétala.
apertando-a contra o peito, sangramos.
e mal percebemos que é por meio dela mesma
que chegamos a novas primaveras.
parte o beijo para o impossível,
mas a reminiscência do beijo, nos lábios,
permanece – e assim, em nós, o anseio de revivê-lo,
de acalorar o corpo morno, de vencer a morte.
para cada história em nós decepada
uma busca incessante em nós se elabora.
traços vagos no meio da noite
nos guiam a sonhos incríveis.
e mal percebemos que amamos.
e mal percebemos que vivemos.
o coração se consome em música
e a poeira, à luz de um novo dia, cintila como estrelas.
é que somos compostos.
somente através de regressos
amamos e vivemos.
o tempo nos fere e divide.
despedimo-nos de nós mesmos e das coisas
a cada mínimo instante,
e, no entanto, não abandonamos nada.
parte a estação, resta-nos a pétala.
apertando-a contra o peito, sangramos.
e mal percebemos que é por meio dela mesma
que chegamos a novas primaveras.
parte o beijo para o impossível,
mas a reminiscência do beijo, nos lábios,
permanece – e assim, em nós, o anseio de revivê-lo,
de acalorar o corpo morno, de vencer a morte.
para cada história em nós decepada
uma busca incessante em nós se elabora.
traços vagos no meio da noite
nos guiam a sonhos incríveis.
e mal percebemos que amamos.
e mal percebemos que vivemos.
o coração se consome em música
e a poeira, à luz de um novo dia, cintila como estrelas.
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