Cosmos
Será que antes de romper a aurora,
O sol pede à lua para não ir embora?
E quando as estrelas rasgam o céu,
Será que a lua ao sol agradeceu?
Bom dia ou boa noite,
Dizemos nós às pessoas com quem nos deitamos na cama,
Ao vizinho que nos segura a porta,
À empregada do café onde tomamos o pequeno almoço,
Nos emails burocráticos onde o nosso próprio nome soa a protocolo e não a identidade.
Sorte a nossa.
Debaixo dos raios de sol, sorrimos num piquenique à beira rio.
Vemos quem lança as pedras mais longe, ou qual pedra salta mais, talvez raspando tangente a uma careca sexagenária qualquer.
O sol brilha, o sorriso irradia, a pele resplandece. O mundo aquece. Bom dia.
Sorte a nossa.
Um tom de azul escuro quase preto, guardião de constelações sobre a nossa cabeça. O que vês? Ursa menor? Maior?
Dentro do carro, rádio ligado e batatas fritas, queixamo-nos de como os candeeiros da cidade tiram o brilho às estrelas.
A noite emerge, as mãos tocam-se, a pele arrepiada estremece. O mundo arrefece. Boa noite.
Azar o deles. Sol e lua. Que nos veem, dia após dia, observar o romper da aurora ou as estrelas a rasgar o céu.
Para nós, bom dia e boa noite são o ponto de partida.
Para eles, o ponto de chegada.
Sol e lua, que movimentam o cosmos,
nunca se tocam,
nunca se detêm num diálogo que perdure além de meros instantes,
nunca se conhecem senão no breve cruzar natural de essências.
Nada mais que bom dia e boa noite. Condenados à solidão.
Sol: boa noite, lua *desaparece*
Lua: bom dia, sol *desaparece*
O sol pede à lua para não ir embora?
E quando as estrelas rasgam o céu,
Será que a lua ao sol agradeceu?
Bom dia ou boa noite,
Dizemos nós às pessoas com quem nos deitamos na cama,
Ao vizinho que nos segura a porta,
À empregada do café onde tomamos o pequeno almoço,
Nos emails burocráticos onde o nosso próprio nome soa a protocolo e não a identidade.
Sorte a nossa.
Debaixo dos raios de sol, sorrimos num piquenique à beira rio.
Vemos quem lança as pedras mais longe, ou qual pedra salta mais, talvez raspando tangente a uma careca sexagenária qualquer.
O sol brilha, o sorriso irradia, a pele resplandece. O mundo aquece. Bom dia.
Sorte a nossa.
Um tom de azul escuro quase preto, guardião de constelações sobre a nossa cabeça. O que vês? Ursa menor? Maior?
Dentro do carro, rádio ligado e batatas fritas, queixamo-nos de como os candeeiros da cidade tiram o brilho às estrelas.
A noite emerge, as mãos tocam-se, a pele arrepiada estremece. O mundo arrefece. Boa noite.
Azar o deles. Sol e lua. Que nos veem, dia após dia, observar o romper da aurora ou as estrelas a rasgar o céu.
Para nós, bom dia e boa noite são o ponto de partida.
Para eles, o ponto de chegada.
Sol e lua, que movimentam o cosmos,
nunca se tocam,
nunca se detêm num diálogo que perdure além de meros instantes,
nunca se conhecem senão no breve cruzar natural de essências.
Nada mais que bom dia e boa noite. Condenados à solidão.
Sol: boa noite, lua *desaparece*
Lua: bom dia, sol *desaparece*
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