NO SILÊNCIO A POESIA GERMINA
Esta manhã andei folheando os
livros da vida
Suas folhas tinham-se tornado em
matizes coloridas
Com palavras que escolhi, cartas
do verão passado.
Olhei os poemas com letras
desbotadas
Removi pecados passados em um
texto amarelecido
Encontrei uma página em branco
Plantei os bulbos das palavras
que me veio em mente
Plantei algumas consoantes
Caprichei um pouco mais em um
quadro de vogais
Estou rodeada de fileiras de
canteiros
Os acentos com um ar aromatizado
Semeado para fazer um pequeno
recanto de lendas
Mais tarde preparou a praça de
pontuação
Uma fila de vírgulas, um pouco
de exclamações.
Uma saraivada de vários pontos e
perguntas
Eu coloquei o efeito estufa na
feira das Maiúsculas
Cobri parênteses com minúsculas
E cercado por caracteres, um tule
especial.
Enxuguei a papelada com estilo
Armazenado em um frasco de vidro
frágil inspiração
Fechou o livro na página e
tornou-se febril
No jardim das palavras, a disposição
chegou
Eu comecei plantando guardas not
books
No silêncio, os poemas podem germinar.