mgenthbjpafa21

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Gente entre gente, que não se pense que se sente o que outro sente, nem que se pressente para além do presente.

1965-05-01 Vitória, Porto
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Alguns Poemas

Domingos a penas


Domingos apenas, inutilmente sofridos

Tão raramente vividos nestes anos corridos, 

Onde me desejam planos a reparar danos


Melhor quando saía lombrado sem dormir

Cansado do amor suado, skoll matinal, 

O papo pouco banal, os cães a conversar 

As pessoas a comprar pão e eu a disfarçar 

A comprar o que não havia de emborcar

Ou até fumar uma preta, que era raro,

Uma loira com a branca de qualidade,

Essa era a dona do domingo de verdade. 


Domingos cheios de intencionalidade

Tardes de calor, água ,sexo, insanidade,

De família,no jeito que se traz no peito


Até sobrevir a corrente de decidir sob ameaça de prisão 

Optar pela saúde sem pão, a matar-me desde então, 

A lutar contra a minha natureza, a minha certeza

A amarrar-me à decadência sem qualquer beleza,

Instilada dor, falar em amor, induzir estupor, temor.


Pois mais vale uma manhã das belas que este recorrente pardieiro, 

Trocava uma dessas por um ano frio, de fosso, inteiro, 

Que prescindo do canudo da faculdade, das Senhoras de Fátimas, 

De existir, realmente, de inspirar ar seco, da ansiedade.


Olhos velhos, refratados em miríades de lágrimas 

Vertidas sem soluço, lágrimas escorridas, páginas vazias, 

Arredado na proximidade, falso, ciente da verdade, 

Os certos e eu errado, tertio non datur, onda e reverberação, 


Conversão irrecusável, subtil humilhação 

Transição ao pior dos eu-mundos possíveis 

Em micro degraus invisíveis, desníveis 

Certos, que solidão não é não ter tostão ou não poder ganhar

É ser apagado a pincel, restaurado fora do painel, 


Ostracizado, depredado, enganado, pisado, 

Como eu, o impiedoso, haveria esmagado, 

Egoístico-narcisicamente iludido, 

Os que outrora julgara ter amado. 


A justiça será feita e a criatura desfeita, 

O pobre coitado, alienado, carente,

Um farrapo doente, mais um demente,


A reabilitação, inserção, prevenção especial de socialização. 

A revolta do urbano rebanho dos integrados,

Assim por bem banirá o egoísmo do alterado. 

O dados antigos ainda rolam, cubos lançados,

Planos esmiuçados em forks traçados, 


Que no dia de ficar mudo, hei-de sorrir 

Ao lembrar todo o dia o que vos ouvi mentir 

A tentar trazer uma razão 

Que não aceito neste porvir

Quisera jazer contorcido 

Num plano esburacado, perdido. 

Sempre, estejam certos, a final, 

Deitarei onde quiser, ou, se não puder

Numa simbólica Pasárgada qualquer. 


Sem ser amigo do rei, nem toque de roque, 

Um salgueiro vergado na onda de choque. 

Um peão coartado no alheio chão, quimera, 

João sem mera terra, afastado da galera


Tal o pigmeu do ateu, carvāo sem ambição,

Banido, sem piedade, pela hoste da realidade

Que seja esquecido e nunca referido

Que seja ignorado e nem sequer mirado


Que não seja incluído 

Seja ele tentado e sempre recusado

Que se sinta amargado e para sempre apartado 

Que entre num Loop inescapável

Seja um completo e total miserável 

Um Midas moderno tornado eterno. 


A constante de Hubble, a Friedman equation, 

Sobrevivem, attention, entretanto, 

Drake's equation nem tanto, 

Nicole Kidman, Moss e Gwendolyn 

Não estão nem aí, entretanto


E eu habito um mundo finito 

Num instante que balança numa trança

Que seguro enquanto danço 

E rio da seriedade e da verdade, 


Sem desmerecimento, convosco empatizo, 

E sempre que me coloco no vosso lugar

Uma lua de sangue, um estranho luar

Cassandriza no meu pêndulo a vossa ilusão, 

A razão da importância que dão à noção,

E como v/o chão afundaria na minha posição

Perdida ilusão de instabilidade evolutiva

A noção de luta pela vida, a vossa base

Ponto de equilíbrio, obra da humanidade 

A necessidade de manter a glutamil transferase

Gama GT, não tem de quê. 


Não sei que vos dê, não sei que faça

Ajuízo que é mais isso que vos ameaça 

Como o receio de um contágio

Como um mau presságio no intestino 

Um pavor enraizado de desatino

O ruir dos padrões, a falta de normas, 

O furacão que roda na orla da verdade

O destroyer da fundamentação 

Desordem da ação e consequência, 

Como garras a raspar dentro da cabeça 

Uma coisa que ninguém quer que aconteça 


Assim procuram um amor que tudo supere

Um amor que eu tenho roubado do mundo

E me sustenta neste lugar fundo. 



 





Sismo no barqueiro

Era a hora da demora era o tempo do desalento pelo roubado momento, e os pelos que cresciam no céu da boca faziam Permanente para ganhar volume enquanto o céu escurecia lá fora.

Todas as pisaduras faziam mutirão e os meus gemidos eram silêncios sincopados, imóveis na tensão da insana dor persistente.

Ao lado da revolta cobertura do leito de abrigo a água engarrafada posava longínqua e inatingível como uma viciada prima dona de milanesas passerelles

A ressaca: existência a preceder a essência em gritos de bem te disse cabrão enquanto um exacerbado secão diz sim é possível estar-se assim fodido e mesmo assim vivo. 

As ondas de desatino corriam soltas no corpo que paga os exageros das águas furtadas, as ondas sísmicas em conjurados terramotos 

Esse sismo de alto escalão só entrava em suspensão na vertente da latrina onde o eu se despejava em veste de bílis amarela e a cobardia se revela em refrões de palavrões.

Nessa tarde nem um movimento era espelho desse tonal desalento, só o imóvel calar de qualquer projecto debaixo do plúmbeo teto da pensão em inação forçada.

Uma erecção incongruente trazia um dadaísmo de pornografia esotérica que queria canalizar o álcool no sistema num ainda maior problema.

Dentro de mim um vadia voz dizia e repetia este vai ser o teu último dia. Reza. Reza animal, heterodoxia do ateísmo sem causa, precoce menopausa. Reza motherfucker.

E eu rezei umas Ave Marias intercaladas de submissos pais nossos, e a cabeça a estourar nem assim parou de se inquietar em pequenas convulsões no espectro do delírio tremens.

Bem, patinar eu vou patinar, mas talvez não ainda hoje, talvez ainda não hoje, malandro.

Matar eu sei matar, atirar eu já atirei, porrada muita dei, então se a roda roda e o retorno é verdadeiro, tenho muito que penar primeiro.

Nem sabia então o que de verdadeiro havia naquela cassandra bêbada e dorida deitada numa cama corrida numa pensão com ilusões de grandeza que se cria Universal, coitada da enxovia dos tempos da outra senhora com a decadência disfarçada de  decência e de bons costumes.

Aquele falsário de si próprio haveria de acabar o dia a que se sucederia infindável panaceia diária daquela dor imaginária mas nem por isso menos dolorida.

Na rotação axial as tonturas da repetição induziam cefaleias que se matavam a tiros de garrafas e gritos de charros aspirados, e assim estruturas neuronais alienadas conduziam a respostas contra os estereótipos dominantes em marés vivas de estranhezas crescentes. A baixa mar era apagada e morta, apenas navegada por amnésias selectivas sempre a seguir esquivas naturezas. 

Nesse tempo os guerreiros de terracota esperavam o momento de serem revelados, torres gémeas altaneiras invocavam o capitalismo sem fronteiras e jovens como esse atolambado haviam olvidado as boas maneiras após tanto repetir as mesmas asneiras. 

Quatrocentas e mais formas de estar fora das normas perduraram até um se querer um sicário proletário de mãos culpadas em sangue derramado seja em Fez ou Alvarez,
E a loucura se instalou imperceptível sempre a aumentar o nível de desarranjo e a imaginar um tocador de banjo em compassos mal tocados na varanda de um trailer lá no Louisiana. Antes da explosão de um laboratório o mandar para lá daquele Gregório revisitado, 
Definitivamente para o outro lado sem passagem, para a outra margem onde não corre aragem entregue por um barqueiro nada nada maneiro com órbitas vazias dentro das noites, dentro dos dias.

Podeis dizer Aleluia?
Por ora não interessa quem sou, que entenda a/o ?! Outr/a/o. Peço desculpa por postar escritas toscas, textos mal editados ou nem revistos. Parte da minha escrita fora da nuvem., formatei-a num ssd...😂😢🤗 A plataforma é rápida. Sem sequência ou ordem de assunto. A cronologia: nem sempre é clara a data real, por isso a não incluo. Gente entre gente, que não se pense que se sente o que outro sente, nem que se pressente para além do presente. Só me retrato por tanta falta de critério e qualidade. A verdade é que alguns dos que mais prezo não serão incluídos para já. Uso também um novo repositório para a língua inglesa, idioma que tenho vindo a usar por vários motivos, e.g. (https://www.poeticous.com/m-genth ) Embora quase não escreva em espanhol e francês, uso um site espanhol que considero, entre outros. Não posso aquilatar exactamente o que perdi, dado que....blá blá blá. Quando encontrar uma ordem e decidir se quero incluir algo pessoal além das iniciais cruzadas, ou pseudónimo/fotografia. Atentos cumprimentos a todos os que mantêm, participam e contribuem para este repositório de escritas, as melhores, e todos os que chegaram. Obrigado
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nilza_azzi
Contra plágio também é uma maneira de dizer e não dizer. Muito obrigada pelo comentário em meu poema.
17/agosto/2019

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