Alguns Poemas
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Poeta, dramaturgo e novelista, fez estudos de Economia, com estágios em Inglaterra, Suíça e França, exercendo durante largos anos funções de administrador numa empresa privada, mas teve sempre uma colaboração estreita com grupos de teatro, como a «Casa da Comédia», o «Teatro Estúdio de Lisboa» e o «Clube Palco», integrando-se em 1975 nos quadros da Secretaria de Estado da Cultura como delegado junto da Fundação Gulbenkian nos trabalhos de «levantamento cultural» do país, em que se empenhou até à sua morte. Orientou a página literária do semanário Notícias do Algarve, foi director do suplemento literário do semanário O Raio (Covilhã) e co-dirigiu a revista Cronos. Tem colaboração (poemas, artigos e ensaios sobre literatura e artes plásticas) dispersa em jornais e revistas portugueses e brasileiros. Numa interessante «auto-apresentação» que escreveu em 1973 para a edição da antologia poética intitulada «Satírica», levantando algumas dúvidas sobre o verdadeiro lugar de nascimento, Mendes de Carvalho declarava: «O autor nasceu no Alcaide, pequena aldeia que aparece nos mapas decentes. Ali, aprendeu as primeiras letras. Na capital, as segundas, as terceiras e outras». Mas foi de facto em Lisboa que, tendo começado «a sonetar antes de romper a barba», se tornou afinal «anti-sonetista». A força expressiva da sua poesia (e até das suas peças teatrais), na carga mordaz e irónica que traz consigo e na inspiração surrealista em que se enquadra, espelha a própria realidade humana e social com uma segura ironia, na certeza de não poder dizer todas as coisas de outro modo, retratando satiricamente os indivíduos, instituições ou grupos sociais numa linguagem crítica e incisiva, claramente herdada de Nicolau Tolentino ou de Alexandre O'Neill.