Manuel Bernardes
Manuel Bernardes foi um presbítero da Congregação do Oratório de S. Filipe de Nery, em cuja tranquilidade claustral se recolheu até o fim de seus dias. Seus escritos caracterizam-se pela pureza da linguagem e pelo profundo misticismo. É um dos maiores clássicos da prosa portuguesa.
1644-08-20 Lisboa
1710-08-17 Lisboa
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Biografia
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Livros
Moralista e insigne prosador, entrou com trinta anos na Congregação do Oratório, onde compôs toda a sua obra. Luz e Calor (Lisboa, 1696) revela um estilista apurado, onde a parcimónia e justeza do léxico, o rigor do pormenor vivo, que seduz a imaginação, servem um pensamento ascético-místico, que adverte o crente contra os perigos do mal e certas correntes heterodoxas então muito em voga. Na Nova Floresta (5 vols., saídos, respectivamente, em 1706, 1708, 1711, 1726, 1728, os três-últimos postumamente), o autor afirma-se um exímio contador de histórias e de fábulas, em que a acção pedagógica espiritualista se exerce persuasivamente através de exemplos criteriosamente escolhidos e de efeito seguro. As fontes da sua inspiração, além da Bíblia e da patrística, são os místicos nórdicos e espanhóis, entre outros, não deixando, porém, a doçura da sua catequese de ocultar o rigor das penas infernais com todos os efeitos de dissuasão moral que lhe são inerentes. Noutros trabalhos seus, como os Exercícios Espirituais (1706) e os Últimos Fins do Homem (1728), a sua análise teológica ganha uma finura e uma dimensão que são menos evidentes nas obras anteriores, que lhe granjearam a popularidade.