Carlos Malheiro Dias

Carlos Malheiro Dias

Carlos Malheiro Dias, também conhecido como Carlos Dias e como Carlos Malheiros Dias GOC • GCC, foi um jornalista, cronista, romancista, contista, político e historiador português.

1875-08-13 Porto
1941-10-19 Lisboa
1519
0
1

Romancista, dramaturgo, articulista e ensaísta. Filho de Henrique Malheiro Dias e de D. Adelaide Carolina de Araújo Pereira, natural do estado do Rio Grande do Sul, Brasil, onde o escritor possuía vasta parentela por linha materna. Fez os primeiros estudos no Porto, no Colégio de Santa Quitéria, após o que deixou a cidade para frequentar a Faculdade de Direito de Coimbra. Não levaria muito tempo a desistir. Opta, então, pelo Curso Superior de Letras, de Lisboa, que acabará por terminar não sem que antes o tivesse interrompido para uma primeira estada prolongada no Brasil, país que se havia de tornar para ele numa segunda pátria. Estreia-se nas letras com 18 anos, na revista A Semana, do Rio de Janeiro (23 de Setembro de 1893), onde assinará prolífica colaboração. No ano seguinte, 1894, publica (com o nome de Carlos Dias, que então adoptava) o livro Cenários : Fantasias sobre a História Antiga, livro incipiente carregado de influências. Dois anos depois é o escândalo de A Mulata, livro que fez que sobre Malheiro Dias se desencadeasse a maior das perseguições, a mais violenta das hostilidades, a tal ponto que ele achou por bem não só retirar-se do Brasil como abster-se de mencionar o romance na lista das suas obras publicadas (no centenário do seu nascimento, 1975, a Editora Arcádia, de Lisboa, publicaria, com prefácio crítico de Alexandre Pinheiro Torres, a primeira e única edição portuguesa deste livro). Mas, dezenas de anos depois alguns espíritos brasileiros de maior susceptibilidade insistiam em recordar rancorosos o romance, como Carlos Maul, o qual, em O Globo (11 de Setembro de 1957), ainda desabafava: «Livro infame, em que nada do Brasil escapou ao insulto: povo, magistratura, exército, imprensa, literatura, recebem nessa novela enxurradas de lama.» Tais ataques não têm qualquer justificação. Nem os Brasileiros se poderiam ter escandalizado com o facto de A Mulata ser um livro escrito da forma mais ortodoxamente naturalista, porque o naturalismo já fora inaugurado no Brasil quinze anos antes (1881) por um livro que tem precisamente por título O Mulato e cujo autor é Aluísio de Azevedo. Seja como for, hostilizado por quase todos os intelectuais brasileiros, Malheiro Dias regressa a Portugal, onde acaba então o Curso Superior de Letras. É nomeado administrador do 2°. Bairro do Porto, passando a chefe de gabinete do ministro das Obras Públicas e, já depois de casado, a deputado em 1902 e 1906 por Viana do Castelo. Em 1900 publicara, entretanto, o Filho das Ervas, onde se espelha o drama dos filhos ilegítimos, livro que levará o brasileiro Eduardo Prado a dizer a João do Rio: «Eça desaparecido, o maior romancista da língua portuguesa é Malheiro Dias». No ano seguinte aparece Os Teles de Albergaria, cujo cenário político é o da monarquia liberal da segunda metade do século XX até ao 31 de Janeiro de 1891. Nestes dois livros mostra-se, à saciedade, como realmente o autor é um monárquico devotadíssimo, inimigo do constitucionalismo que transformara Portugal num país «contaminado pelas rivalidades das facções e pelos interesses dos partidos». A este romance segue-se a obra que podemos considerar como a melhor do romancista e até etapa importante na novelística portuguesa, Paixão de Maria do Céu (1902), onde já se está longe do naturalismo escolástico de A Mulata. Encontramo-nos mesmo na presença de um romance histórico realista, onde a Lisboa que aparece retratada é a das invasões napoleónicas e a da retirada de D. João VI para o Brasil. São, aliás, notáveis nesta obra as reconstituições históricas, nomeadamente a da partida do rei português para o Rio de Janeiro. A própria Maria do Céu é uma das maiores figuras femininas do romance português. Quando tudo parecia indicar que o caminho estava aberto para Malheiro Dias se tornar realmente no verdadeiro sucessor de Eça de Queirós, ei-lo que envereda por outra novela histórica, O Grande Cagliostro (1905), onde o que ressalta é já um certo neo-romantismo historicista de tipo mundano e a preocupação excessiva de agradar ao leitor e de realçar, todavia, a forma como nos aparecem vivas personagens como Pina Manique, o príncipe D. José, filho de D. Maria I, etc. Deste romance fará Malheiro Dias uma peça de teatro que subiu à cena a 30 de Outubro de 1905, com enorme êxito. D. Carlos I, de quem era íntimo, condecora-o. A sua obra de criação literária esgotar-se-á, todavia, com mais um livro que publicará om 1907, A Vencida (novelas), e outra peça, Inimigas (1913), «retirada de cena por motivos políticos». Entretanto sentir-se-ia irresistivelmente atraído pelo jornalismo e pela investigação histórica. O assassínio perpetrado contra o rei de Portugal e o príncipe herdeiro (1908) e a implantação da República (1910) tornam Malheiro Dias num homem desesperado e um tanto desorientado. Publica de seguida Quem É o Rei de Portugal (1908), Do Desafio à Debandada (2 vols., 1912), Zona de Tufões (1912), Entre Precipícios... (1913), Em redor de um grande Drama : Subsídios para uma História da Sociedade Portuguesa, 1908-1911 (1913), O Estado Actual da Causa Monárquica (1913), altura em que torna para o Brasil. Aí assume a direcção da Revista da Semana, funda a revista O Cruzeiro e arranca com a grande iniciativa que foi a História da Colonização Portuguesa do Brasil (3 vols., 1921). A sua contribuição nesta obra, como investigador, é de valor duvidoso, como já apontou Jaime Cortesão. Até que chega a famosa polémica com António Sérgio. Malheiro Dias, outra vez em Portugal, publica Exortacão à Mocidade (1924), em que exalta a acção de D. Sebastião, que acabaria de ser condenada, com veemente agudeza crítica, por António Sérgio. Este insígne ensaísta replica com O Desejado (1924), demonstrando a inutilidade e loucura da expedição a Alcácer. Malheiro Dias publica nova edição de Exortação à Mocidade (1925), desta vez com um prefácio a atacar Sérgio. Este treplicará em Tréplica a Carlos Malheiro Dias sobre a Questão do Desejado (1925). O País encontra-se dividido entre as duas opiniões. É ainda de 1925 o livro de Malheiro Dias, O Piedoso e o Desejado, após o que torna a regressar ao Brasil. Aí continua a sua vida pelo jornalismo, até que em 1935 o governo de Salazar lhe oferece o lugar de embaixador em Madrid. Malheiro Dias poderá, então, gozar na vida a estabilidade que nunca teve. Quando nesse mesmo ano regressa a Lisboa, encontra-se, todavia, muito doente. Afásico durante anos, aguardará apenas, na capital do seu país, que o venha acolher a morte. Mas antes de morrer proferirá estas palavras: «O António Sérgio tinha razão». Carlos Malheiro Dias colaborou nos seguintes jornais e revistas portugueses e brasileiros: Perfis Contemporâneos; Correio da Manhã; Jornal do Comércio; Jornal do Brasil; O Cruzeiro; O País; Revista da Semana; A Ilustração Portuguesa. Prefaciou, com justeza crítica notável, o livro de estreia de Aquilino, Jardim das Tormentas, 1913.
Moradia T6 no Porto - Rua de Carlos Malheiro Dias
Carlos Malheiro Dias, Bonfim, Porto
Carlos Malheiro Dias frases inspiradoras motivação superação que prestigiam e homenageiam seus autor
A prenda de Natal (Conto de Natal), de Carlos Dias Malheiro
Fernando Couto agride Mozer na Luz (93/94)
Agressões constantes: era assim o FCPorto dos anos 90...
Sketches do Malheiro - Zé Berginja desesperado!
Comédia por Carlos Malheiro - Parte 1/2 - Festa 167 Anos - Banda da Encarnação
Tânia Laranjo com uma grande besaina em directo na CMTV
Assinatura de Mestre - José Vasconcelos; Carlos Malheiro; Ismael Pinto
CMTV mulher possuída artista agredida, peixeira também passou se
ESCÂNDALO! MANICHE INSULTA E AGRIDE PEDRO SOUSA E ABANDONA CANAL 11!
CMTV | João Malheiro versus Dias Ferreira
Chico César - Mama África
Jorge Amaral ofereceu chocolate e um quadro com a barriga de Marega a André Ventura
Edifício São Crispim Dreams
É mais fácil separar a água do vinho que a hipocrisia da verdade no julgamento das ações humanas.
LIGA DE OURO 11.01.24
Maestro Luiz Fernando Malheiro regendo com sua filha Eleonora
Denúncia Vouchers Benfica - Bruno Carvalho TVI
Best Schools around Guimaraes, Portugal
António Malheiro vs Rafael Gonçalves
João Malheiro goza com Carlos Severino sobre André Carrillo - CMTV
"Horizontes Amazônicos" - Curso Emergências [Módulo 1 / Aula 1]
OS MAIORES SUCESSOS DE JOSÉ ROBERTO
CdK | EP.027 | Quem é o Numeiro? O homem, os casinos, as cryptos e a visão para o seu futuro.
Arthur Moreira Lima e Ney Matogrosso - Quem sabe?!...(Carlos Gomes) (1985)
António Malheiro vs Jorge Costa
Christophe MALHEIRO - Vagabundo do amor (video clip)
Ópera La Bohème - depoimento do Maestro Malheiro
Semana Maior 2022
OSN - Sonata para cordas em Ré maior - Antônio Carlos Gomes
Desgarrada Picante! | Naty Vieira e Pedro Malheiro | São João de Braga 2022
Mourinho para Carlos Carvalhal "Senta-te aí caral*o , vem dar bolos à malta"
Concertos Internacionais - Paulo Szot
FOI ASSIM - TABANKA DJAZ
05 de setembro 2022 - Desfiles da Fanfarra da Escola Municipal Jociêdes Andrade em Tabatinga-AM.
Sulino e Marrueiro
Gen. Kamalata Numa: Declarações fortes sobre a Morte de Jonas Savimbi
Cantres ao Desafio na Suíça com Marçal de Fafe, Adão dos Arcos e Daniel Malheiro de Vila Verde
Fernando Mendes ARRASA COMPLETAMENTE André Ventura
CMTV | Pedro Guerra versus Jorge Amaral
CMTV | Carlos Janela Mercado 10-02-2015
Malheiro ataca P. Guerra e defende A. Simões
JR & MARCELO CRUZ & CARLOS DOS ANJOS À MONTALEGRE CHEZ MAURICIO N12
CONFLITO PÓS-ELEITORAL 1992 EM LUANDA (Completo), narrated by Dinis Carlos - HD
João Malheiro beija duas mulheres que ficam enojadas
"Café da Manhã" 2019 com Antero Kafuna Yembe, ex-guarda-costas de Savimbi
FILHOS ADOLESCENTES | PASTOR CLAUDIO DUARTE
Benfica news (João Malheiro arruma Dias Ferreira no bolso)

Quem Gosta

Seguidores