Manuel António Pina

Manuel António Pina

Manuel António Pina foi um jornalista e escritor português, premiado em 2011 com o Prémio Camões.

1943-11-18 Sabugal
2012-10-19 Porto
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Prémios e Movimentos

Camões 2011APE 2003

Alguns Poemas

A carta com cinco anos de atraso (ou mais)

Faz hoje cinco anos que o Manel morreu.
É o primeiro dos "meus" dois poetas por aqui, a viver um aniversário de vida/morte desde que estou com eles. E estou com os "meus" poetas desde o principio da manhã do dia 28 de Agosto deste ano.

Não tenho por hábito assinalar/comemorar a morte, apenas as datas de nascimento. Mas esta situação é especial. E o Pina é muito especial para mim. Por várias razões. E sobressai uma: o ter aprendido a gostar dele, que foi e é uma luta boa.

Foi um poeta que me passou mais ou menos despercebido até à data em que se soube da doença que o matou.
Nessa altura aparecera-me como alguém tímido, discreto e triste. (Os poetas serão todos tristes ou carregarão mais tristeza? Ou talvez se importem menos que a tristeza se note... Não sei.)
Mas não sabia se esse quadro que eu lhe colara se devia à doença ou se o Manel já era assim. Sei que nessa época comecei a sentir imensa pena de não o ter conhecido pessoalmente, o que continuo a sentir, mas agora em dobro.

De vez em quando subia-me a vontade de ir à procura de mais um texto e aos poucos fui construindo a ideia de que a poesia pode ser o equivalente a 'um sítio onde pousar a cabeça', uma expressão muito feliz do Manel. E agora estou a pensar nas razões de eu gostar de poesia... Uma, quando sou eu a rabiscar, é a de me permitir dizer coisas que não posso nem consigo dizer de outra forma. Outra razão, e esta tem que ver com o chegar-me aos poetas, é poder rever-me e reencontrar-me naquilo que outros escreveram. O bonito, o belo, o beber 'só' porque é bonito e belo, é outra razão; o estético pela palavra ou na palavra. A reinterpretação do mundo, também. E outros motivos haverá, que direi depois.

Quase a meio de Julho de 2016, mais precisamente no dia 12, na Lisboa à beira rio que me encanta, ofereceram-me uma antologia do Pina. "Todas as palavras - poesia reunida: 1974 -2011", numa lindíssima capa revestida a mar, que é uma pintura de Ilda David.
Essa foi a grande oportunidade de mergulhar mais fundo na poesia do Manel e de começar a entender melhor o estilo, os temas favoritos - escreveu muito para gatos e sobre gatos, por exemplo... tal como o geninho, que até lhes dedicou um livro... o que estes animais terão de tão especial para os poetas? - as cartas/poemas que escreveu para os amigos poetas.
E em boa parte foi este livro que me levou a propor ser "editora" (isto soa a tão sério!) do Manuel António Pina. Recordo-me de dizer no mail de adesão que era uma boa forma de rentabilizar o material que tinha, ao mesmo tempo que confessava não ser um dos meus poetas favoritos. Hoje já não diria isso porque as muitas leituras que tenho feito da obra e sobre a vida dele, fizeram com que o perspectivasse de outra forma. Há nele uma sensibilidade que eu desconhecia e que tem sido muito bom descobrir.

Tenho-me detido na forma do Manel interpretar a solidão e este é um dos lados surpreendentemente bons da poesia dele. E é também por isto que tenho pena que não tenha vivido mais anos. É que depois de ter lido muitos dos seus escritos, há em mim uma sensação muito forte de que o "meu" poeta tinha ainda muito para escrever sobre a solidão e que esta fase da vida lhe iria permitir fazê-lo de uma forma ainda mais apurada e talvez dizer muito do que ainda não tinha conseguido dizer. E esta é uma ideia muito forte que tenho.


Isabel Pires | 19 Outubro 2017
Poeta português, natural do Sabugal (Beira Alta). Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. É, desde 1971, jornalista do Jornal de Notícias, actualmente exerce as funções de editor. Na literatura infantil reúne as seguintes obras: O País das Pessoas de Pernas para o Ar (1973), O Têpluquê (1976), Os Dois Ladrões (1983), O Pássaro da Cabeça (1983), Os Dois Ladrões (1983), Histórias com Reis, Rainhas, Bobos, Bombeiros e Galinhas (1984), O Inventão (Prémio Gulbenkian: Melhor Livro Publicado em Portugal em 1986/1987), O Tesouro (1993), O Meu Rio é de Ouro (1995), Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança (2000), entre outras. Publicou também os volumes de poesia Ainda Não é o Fim nem o Princípio do Mundo Calma é Apenas um Pouco Tarde, Aquele que Quer Morrer (1978, Prémio Casa da Imprensa), A Lâmpada do Quarto? A Criança? (1981), Nenhum Sítio (1984), O Caminho de Casa (1988), Um Sítio Onde Pousar a Cabeça (1991), Algo Parecido com Isto da Mesma Substância (Poesia reunida, 1974/1992) (1992), Farewell happy fields (1993), Cuidados Intensivos (1994), O Anacronista (1994, Prémio Nacional de Crónica Press Club/Clube de Jornalistas), Aniki-Bobó (1997). Está traduzido em castelhano, dinamarquês, francês, galego e inglês.
Manuel António Pina foi um poeta e jornalista português, nascido em Sabugal a 18 de novembro de 1943. PublicouAinda não é o fim nem o princípio do Mundo, calma é apenas um pouco tarde (1974),Aquele que quer morrer (1978),O pássaro da cabeça (1983),O caminho de casa (1989),Um sítio onde pousar a cabeça (1991), Algo parecido com isto, da mesma substância (1992),Atropelamento e fuga (2001),Gatos (2008) E Como se desenha uma casa (2011), entre outros. Teve seu trabalho reunido este ano no volumeTodas as palavras /Poesia reunida. Postamos alguns poemas do autor neste espaço no ano passado, quando Manuel António Pina recebeu o Prêmio Camões. O poeta morreu hoje no Porto. Reproduzimos aqueles poemas, aos quais adicionamos outros.
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Fernanda
Falta a data de falecimento
04/março/2023
João
O livro é muito bom
02/março/2023
portugues
gostei
08/maio/2021
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euskadia
In: de Os Livros.... Isto é, palavras, formas indecisas procurando um eixo que lhes dê peso, um sentido capaz de conter a sua inocência uma voz (uma palavra) a que se prender antes de se despedaçarem contra tanto silêncio
06/agosto/2020
jid
gostei
13/junho/2020
não sei
obrigado está a ajudarme no trabalho de português
07/maio/2020
Ariana
não gostei
29/abril/2020
111234555
é muito bom
27/outubro/2019
111234555
adori
27/outubro/2019
kevin
esses poemas são do melhor
19/maio/2019
Santiago
do melhor
26/abril/2019
Ricardo
Conheci agorinha, por recomendação do Estadão. Excelente poeta.
31/dezembro/2018
nada
Ola es o meu fa
10/maio/2018
Cristiana
Adoro os seus poemas
23/fevereiro/2018
Cristiana
Adoro os seus livros
23/fevereiro/2018
ddffghjhvc
Explica pouca coisa. Mas obtive informação. Boa informação. Obrigada.
11/novembro/2017
SergioRicardo
Muito obrigado, senhor poeta.
01/outubro/2017
Sara carriço
gostamos do seu trabalho ajudou-nos no nosso trabalho para portugues
31/dezembro/2012
Ola e adeus
gostei do seu trabalho e ajudou no nosso trabalho!!!!!!!!
31/dezembro/2012
carla e sara
gostamos do seu trabalho ajudou-nos no nosso trabalho para portugues
14/novembro/2012
ana das couves
gostei do seu trabalho e ajudou no nosso trabalho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
13/junho/2012

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