Do Mês de Maria

O sagrado esplendor de curvas cinzeladas
No relevo imortal do corpo alabastrino!
(Maio é todo um cendal de violetas dobradas...
Roçam asas no azul adelgaçado e fino...)

Rosto feito a buril de espumas congeladas
Na redoma de luz de um luar opalino!
(Reflorescem rosais... nas noites consteladas
Erra um doce rumor de citara e violino...)

Ó Senhora, de olhar claro e puro de Santa,
Virgem pura do Céu que minha alma quebranta
(A brisa corre, o ambiente é fresco, o sol não arde.)

Dá-me o fulgor que bóia em teu olhar tristonho,
Para assim clarear a noite do meu Sonho...
(Vão cantando no azul as citaras da tarde... )

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