Murillo Araújo
Murillo Araujo foi um poeta brasileiro.
1894-10-26 Serro
1980-08-01 Rio de Janeiro
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Canção da Lua que Lava
Canzone Della Luna Lavandaia
tradução: Anton Angelo Chiocchio
Lua, que lavas teus linhos,
sempre a lavar
numa lixívia de nuvens,
branca, branquinha de espuma,
e escorres tudo lá no alto
para secar;
lua que lavas teus linhos
pelos valados maninhos,
na serra onde vai nevar;
oh lua alagando o mundo
nesta espuma de cegar!
lua que lavas teus linhos
e que os enxáguas
e os pões em qualquer lugar —
nos terraços lageados,
nos velhos muros caiados,
nos laranjais do pomar
ou nos campos orvalhados
onde estão a gotejar —
lua que lavas teus linhos
até nas praias do mar —
vem, lua, e lava minha alma!
Oh lava minha alma em lágrimas,
para que Deus, sol das almas,
venha a enxugar.
O luna che fai il bucato,
luna, luna lavandaia
in una schiuma di nuvole
candida come liscivia
e stendi i panni là in cima
a candeggiare...
O luna che fai il bucato
pei fòssi incolti, pei monti
su cui sta per nevicare...
Luna che schizzi sul mondo
saponata da accecare...
O luna che fai il bucato
e lo risciacqui,
lo sciorini dappertutto,
su terrazzi lastricati,
vecchi muri intonacati,
aranceti, campi intrisi
di rugiada, a gocciolare...
O luna che fai il bucato
sin sulle spiagge del mare...
Luna, lava la mia anima!
Vieni, lavala di lagrime,
perchè Dio, sole dellanime,
poi la venga ad asciugare.
tradução: Anton Angelo Chiocchio
Lua, que lavas teus linhos,
sempre a lavar
numa lixívia de nuvens,
branca, branquinha de espuma,
e escorres tudo lá no alto
para secar;
lua que lavas teus linhos
pelos valados maninhos,
na serra onde vai nevar;
oh lua alagando o mundo
nesta espuma de cegar!
lua que lavas teus linhos
e que os enxáguas
e os pões em qualquer lugar —
nos terraços lageados,
nos velhos muros caiados,
nos laranjais do pomar
ou nos campos orvalhados
onde estão a gotejar —
lua que lavas teus linhos
até nas praias do mar —
vem, lua, e lava minha alma!
Oh lava minha alma em lágrimas,
para que Deus, sol das almas,
venha a enxugar.
O luna che fai il bucato,
luna, luna lavandaia
in una schiuma di nuvole
candida come liscivia
e stendi i panni là in cima
a candeggiare...
O luna che fai il bucato
pei fòssi incolti, pei monti
su cui sta per nevicare...
Luna che schizzi sul mondo
saponata da accecare...
O luna che fai il bucato
e lo risciacqui,
lo sciorini dappertutto,
su terrazzi lastricati,
vecchi muri intonacati,
aranceti, campi intrisi
di rugiada, a gocciolare...
O luna che fai il bucato
sin sulle spiagge del mare...
Luna, lava la mia anima!
Vieni, lavala di lagrime,
perchè Dio, sole dellanime,
poi la venga ad asciugare.
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