Patrizia Vicinelli

Patrizia Vicinelli

1943-08-23 Bolonha
1991-01-09 Bolonha
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De outro ponto foram vistas as estações

De outro ponto foram vistas as estações
até ali desconhecidas
só então pôde sentar-se e admirar
o sentido da alternância.
Por sua raiz gasosa transforma-lhe
a base visível
e o purifica a trajetória
de noite e dia a luz,
o céu.
Funde-se a mulher à sua sombra
e no entanto treme ao fogo do início
assim se desloca em seus passos
Ísis ao horizonte meta
assim ela foge à sua distância.
Por que não filtra a espera aromada
ou seja deter-se
sua ânsia vaza haverá fim
de perfil pôr o que a mantém unida
aquela que arranca a raiz, um sopro.
Batem então no ferro a matéria de si
e o plasma cada ângulo contínuo
da vista
uma distância de seu centro exata
a define.
Nos diversos planos da linguagem
é envolto
e assim gera as formas de sua busca
ele aprendeu como deixar-se sulcar
e ser cingido pelos rastros.
Com um lance de olhos sentia
a presença simultânea de tudo o
que na terra cresce
e esta consciência da situação atual
o ajudava como uma disciplina.
O que não está completo força
o modo de avançar,
meta, meta, queimado e requeimado,
durante a costa dos milênios.
Incessante foi visto renascer e morrer
o mundo até onde
não houve mais tempo nem luz bastante
para seguir os paradoxos demoníacos
ora lançado como dura pedra mole
nas águas do rio,
agitando dentro cacos de realidades díspares.
Enquanto isso cantam no peito os vultos
de seus sonhos
muda de manhã em albas até douradas,
qual certeza virá de mundos paralelos, atritos
postos sobre ou sob, vinculantes.
Deslizando longamente sobre o flanco
da pirâmide atávica
o bloqueia quando quer como exercício
e entretanto a miséria do homem
é consumada dentro de si, na arca
de seu espaço interior
buscava violar o que de inadequado
se recompõe a cada instante.
A atração dinâmica do fazer faltou
naquele ponto
e ao final da mais demorada dança
o abandono e o silêncio
da grandiosa solidão
o tornava eterno,
como assentado sobre um ponto raso
da terra, sob as estrelas.
Não era mais convocado à batalha
fazia muito tempo.
Meu silêncio é talvez o único início,
disse o homem sedento, e sentou-se
a olhar a evidência de seu destino.
O cavaleiro que observa a lua
não busca nem espera nada.
Bebia aquele vinho macio de agosto
e deixava a porta aberta
sobre a laguna quente de fim de agosto,
música em violas daquele tempo, vinho de Graal.
Perguntava-se se não era fantasia sua,
enquanto risos de jovens mulheres
bêbadas fendiam o ar.
Enrubesce-lhe o silêncio o vinho
e lhe dá corpo
respirando bate o ritmo da mente
no ar intacto
ora em círculo o olhar, a perda
o desvela,
um perfeito paralelepípedo de uma batalha
naval do settecento,
de sombras feitas de esfumaturas.
Em setembro além da luz tão baixa
e rasante há névoa
e o cheiro de funghi porcini aspirados
longamente, como nas ceias de inverno,
dentro de envelopes plásticos.
A configuração do mal tão conhecida
era então impalpável, parecia
não ter rastros.
No entanto a lua ao primeiro dia minguante
estende a noite sem pressa,
a estrutura em seu conjunto
ainda é esfera, depois vai mudar.
Já pensa que o santo Graal é demasiado
distante, e o copo está se ofuscando
de rubro _qualquer coisa, senhor, mas me empurra
adiante_, novamente o copo vibra vermelho
e a lua entre as árvores cai com a neblina certa
até os pinhos e as acácias, mas não os grilos, não
as aranhas, as libélulas até ontem mesmo.
Não há chegada não há parada não
há partida, mas a sucessão sem trégua.
Isto sim, que a cada nível se suceda
um outro, por geração espontânea,
o soubera pela roda que girava
enquanto os mundos findavam, em voltas.
(tradução de Maurício Santana Dias)
:
Da un altro punto furono viste le stagioni
fino lì sconosciute
solo allora poté sedersi ad ammirare
il senso dell’alternanza.
Dalla sua radice gassosa ne muta
la base visibile
e lo cimenta la traiettoria
di notte e giorno la luce,
il cielo.
È fusa la donna alla sua ombra
eppure trema al fuoco dell’inizio
così se li sposta i suoi passi
Iside all’orizzonte mèta
ora essa fugge la sua lontananza.
Perché non cola l’attesa profumata
ossia fermarsi
la sua ansia volta avrà la fine
di profilo porre cosa la tiene unita
quella che stacca la radice, un alito.
Batte allora sul ferro la materia di sé
e lo plasma ogni angolo continuo
della vista
una distanza del suo centro esatta
la definisce.
I piani diversi del linguaggio
ne è avvolto
così genera le forme della sua ricerca
egli ha imparato come lasciarsi solcare
ad essere cinto dalle tracce.
Con un colpo d’occhio sentiva
la presenza simultanea di tutto ciò
che nella terra cresce
e questa coscienza della situazione attuale
lo aiutava come una disciplina.
Ciò che non è compiuto spinge
il modo del procedere,
mèta, mèta, arsi e riarsi,
durante la costa dei millenni.
Incessante se lo vide rinascere e morire
il mondo fino a dove
non ci fu più tempo né abbastanza luce
per seguitare i paradossi demoniaci
sbalzato come dura pietra molle ora
nelle acque del fiume,
si agitava dentro pezzi di realtà dissimili.
Nel mentre cantano nel petto i volti
dei suoi sogni
muta al mattino in albe anche dorate,
quale certezza venga da mondi paralleli, attriti
posti sopra o sotto, vincolanti.
Scivolando lungamente sul fianco
della piramide atavica
lo blocca quando vuole come esercizio
e intanto la miseria dell’uomo
va consumata dentro di sé, nell’arca
del suo spazio interiore
intendeva infrangere ciò che da inadeguato
si ricompone ad ogni istante.
L’attrazione dinamica del fare mancò
a quel punto
e alla fine della danza più lunga,
l’abbandono e il silenzio
della grandiosa solitudine
lo rendeva eterno,
come collocatosu di un punto raso
della terra, sotto le stelle.
Non era più chiamato in battaglia
da tanto tempo.
Il mio inizio è forse il solo inizio,
disse l’uomo assetato, e si sedette
a guardare l’evidenza del suo destino.
Il cavaliere che guarda la luna,
non cerca e non aspetta niente.
Beveva quel soffice vino d’agosto
e teneva la porta aperta
sulla laguna afosa della fine d’agosto,
musica in viole di quel tempo, vino di Graal.
Si chiedeva se non fosse una sua fantasia
mentre risa fendevano l’aria,
di giovani donne ubriache.
Arrossisce il suo silenzio il vino
e gli dà corpo
col respiro batte il ritmo della mente
nell’aria intatta
ora a cerchio lo sguardo, la perdita
lo svela,
un parallelepipedo di una battaglia navale
del settecento,
esatto d’ombre fatte di sfumature.
In settembre oltre la luce così bassa
e radente c’è nebbia
e l’odore di funghi porcini annusati
a lungo, come nelle cene d’inverno
dentro le buste di plastica.
La configurazione del male così conosciuta
era allora impalpabile, sembrava
non ci fosse traccia.
Intanto la luna al primo giorno calante
porge la notte in adagio,
la struttura tutto sommato
è tonda ora, poi cambierà.
Già pensa che il santo Graal è troppo
lontano, e il bicchiere si sta offuscando
di rosso, – qualsiasi cosa signore, ma spingimi
avanti – nuovamente il bicchiere brilla rosso
e la luna fra gli alberi cade con la certa nebbia
fino ai pini e alle acacie, ma non i grilli, non
i ragni, le libellule fino a ieri poi.
Non c’è arrivo non c’è sosta non
c’è partenza, ma il succedersi senza tregua.
Questo sì, che ad ogni livello ne succeda
un altro, per generazione spontanea
l’aveva saputo dalla ruota che girava
mentre i mondi finivano, a volte.
deOpere (1994).
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