Virgílio Martinho
Virgílio Alberto Nunes Martinho, mais conhecido por Virgílio Martinho, foi um tradutor, escritor e dramaturgo português.
Lisboa
1994-12-04 Lisboa
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Viver Amarelo
Um dia descobri uma cidade amarela
Com dois cubos no começo e no fim,
No primeiro havia uma estátua cega,
No segundo um tigre real alado.
Percorri as ruas havia tristeza,
Visitei os jardins não havia maçãs,
Só havia um animal livre hiante,
Tanto que era um lobo uivante.
Os prédios eram como almas alinhadas,
Respiravam arfantes como o fole respira,
Em vez de janelas tinham olhos cegos,
Em vez de portas tinham bocas cerradas.
No palácio da cidade o eco sussurrante
De livros esfarrapados a vogarem soltos,
Não mais que indícios, um nevoeiro,
Fumo que pairava num mundo amarelo.
Para não ser diferente pintei o rosto,
E tudo ficou igual, da cor do doce mel,
Comigo a estátua cega, o tigre alado,
Comigo o lobo uivante, o sono eternal.
Com dois cubos no começo e no fim,
No primeiro havia uma estátua cega,
No segundo um tigre real alado.
Percorri as ruas havia tristeza,
Visitei os jardins não havia maçãs,
Só havia um animal livre hiante,
Tanto que era um lobo uivante.
Os prédios eram como almas alinhadas,
Respiravam arfantes como o fole respira,
Em vez de janelas tinham olhos cegos,
Em vez de portas tinham bocas cerradas.
No palácio da cidade o eco sussurrante
De livros esfarrapados a vogarem soltos,
Não mais que indícios, um nevoeiro,
Fumo que pairava num mundo amarelo.
Para não ser diferente pintei o rosto,
E tudo ficou igual, da cor do doce mel,
Comigo a estátua cega, o tigre alado,
Comigo o lobo uivante, o sono eternal.
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