Florbela Espanca
Florbela Espanca, batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa.
1894-12-08 Vila Viçosa
1930-12-08 Matosinhos
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Poder da Graça
Altiva e perfumada em cetinoso trem
Passeia uma mundana à luz da tarde quente,
O seu olhar gelado onde se lê desdém
Passeia pela rua, altivo e insolente.
Para ninguém abaixa o orgulhoso olhar;
Passa o luxo da alta em luminoso traço;
Parece não ouvir da rua o murmurar
Que o seu olhar altivo é sempre triste e baço.
Nem o rir da criança ou o sorrir da luz
Dão vida àquela sombra altiva que seduz
A multidão absorta em roda, a murmurar...
Uma mendiga passa. É ’ma beleza ideal!
Nasceu do seu olhar o céu de Portugal!
...............................................................
Abaixa então a rica o luminoso olhar!
Passeia uma mundana à luz da tarde quente,
O seu olhar gelado onde se lê desdém
Passeia pela rua, altivo e insolente.
Para ninguém abaixa o orgulhoso olhar;
Passa o luxo da alta em luminoso traço;
Parece não ouvir da rua o murmurar
Que o seu olhar altivo é sempre triste e baço.
Nem o rir da criança ou o sorrir da luz
Dão vida àquela sombra altiva que seduz
A multidão absorta em roda, a murmurar...
Uma mendiga passa. É ’ma beleza ideal!
Nasceu do seu olhar o céu de Portugal!
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Abaixa então a rica o luminoso olhar!
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