Dé e a bruxa
Tinha uma boneca rota, esfarrapada
A que com os dedos imprimia vida
Dava riso de graça à meninada
E tornou-se pessoa mui querida
No fundo de minhalma está guardada
A lembrança dos dois, que é incontida
Vejo a boneca, cara amarfanhada
Junto ao peito do dono, adormecida
O tempo – vil ladrão – tudo nos leva
Deixa, contudo, nalma de reserva
Algo que à infância roubou o coração
Dé e a bruxa, mortos, eu contemplo
Sem esquecer jamais o seu exemplo
Trazer com um trapo alegria à solidão
A que com os dedos imprimia vida
Dava riso de graça à meninada
E tornou-se pessoa mui querida
No fundo de minhalma está guardada
A lembrança dos dois, que é incontida
Vejo a boneca, cara amarfanhada
Junto ao peito do dono, adormecida
O tempo – vil ladrão – tudo nos leva
Deixa, contudo, nalma de reserva
Algo que à infância roubou o coração
Dé e a bruxa, mortos, eu contemplo
Sem esquecer jamais o seu exemplo
Trazer com um trapo alegria à solidão
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