Emílio de Menezes
Emílio Nunes Correia de Meneses foi um jornalista e poeta parnasiano brasileiro, imortal da Academia Brasileira de Letras e mestre dos sonetos satíricos. Para Glauco Mattoso, o poeta paranaense é o principal poeta satírico brasileiro após Gregório de Matos.
1866-07-04 Curitiba PR
1918-06-06 Rio de Janeiro
19111
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Trapo
Esta que outrora o linho da cambraia
Na pompa da ostentosa lençaria,
— Folhos e rendas que à secreta alfaia
Ornavam com capricho e bizarria —
Era camisa — e que hoje a nostalgia
Sofre do tempo em que entre a pele e a saia
O perfumado corpo lhe cingia, —
Era ao possuí-la, a última atalaia.
Trapo que encerras o ebriante aroma
Do seu colo moreno, poma a poma,
Ora em tiras te vejo desprezado.
E mais te quero, e mais te achego ao peito
Trapo divino! símbolo perfeito
De um coração por Ela espedaçado.
Publicado no livro Poesias (1909). Poema integrante da série Versos Antigos.
In: MENEZES, Emílio de. Obra reunida: Poemas da Morte, Poesias, Últimas Rimas, Mortalhas, Esparsos e Inéditos. Org. Cassiana Lacerda Carollo. Rio de Janeiro: J. Olympio; Curitiba: Secretaria da Cultura e do Esporte do Estado, 198
Na pompa da ostentosa lençaria,
— Folhos e rendas que à secreta alfaia
Ornavam com capricho e bizarria —
Era camisa — e que hoje a nostalgia
Sofre do tempo em que entre a pele e a saia
O perfumado corpo lhe cingia, —
Era ao possuí-la, a última atalaia.
Trapo que encerras o ebriante aroma
Do seu colo moreno, poma a poma,
Ora em tiras te vejo desprezado.
E mais te quero, e mais te achego ao peito
Trapo divino! símbolo perfeito
De um coração por Ela espedaçado.
Publicado no livro Poesias (1909). Poema integrante da série Versos Antigos.
In: MENEZES, Emílio de. Obra reunida: Poemas da Morte, Poesias, Últimas Rimas, Mortalhas, Esparsos e Inéditos. Org. Cassiana Lacerda Carollo. Rio de Janeiro: J. Olympio; Curitiba: Secretaria da Cultura e do Esporte do Estado, 198
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