O Sem-Terra do amor

Quase posseiro do teu coração,
Assim como um Sem-Terra resoluto,
Que se arrancha num sítio devoluto
E, depois, requer junto à União,

Pelo processo de Usucapião,
O direito de posse e usufruto;
Também o requeri e ainda luto
Nos tribunais do Amor em petição!

Entretanto, não fui bem sucedido,
Pois o meu rogo foi indeferido
Sob falsa alegação de invasor.

Mesmo expulso das terras do teu peito,
Prossigo em luta pelo meu direito
De entrar na posse do teu vago amor.

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