Bernardo Guimarães
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães foi um romancista e poeta brasileiro, conhecido por ter escrito o livro A Escrava Isaura.
1825-08-15 Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
1884-03-10 Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
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1
A Campanha do Paraguai
HERÓIDES BRASILEIRAS
IV
RIACHUELO E BARROSO
(...)
Salve, ó nomes tão dignos de memória!
Vós sós sois um poema!
E entre os troféus da brasileira glória
O mais formoso emblema!
..............................................
Porém que atroz painel!... da luta insana
Vede o cenário horrendo!
Espesso fumo ainda os céus empana
Do turvo rio o seio escurecendo.
Tristes destroços, corpos mutilados,
Troncos, cabeças, braços decepados
Lá vão rolando... mas silêncio, ó musa!...
Cantar não tentes a gentil proeza;
Arcar não deves com tamanha empresa
Que a teus débeis acentos se recusa...
Vem tu, Meirelles; vem, preclaro artista!
Rei do pincel, em meu socorro acode:
Desdobra à nossa vista
A tua radiante, imensa tela,
Mais eloquente, mais vivaz, mais bela
Que a mais formosa ode.
E o que da musa o canto desmaiado
A custo mal exprime,
Vem revelar ao mundo deslumbrado
Com teu pincel sublime.
Publicado no livro Novas Poesias (1876).
In: GUIMARÃES, Bernardo. Poesias completas. Org. introd. cronol. e notas Alphonsus de Guimaraens Filho. Rio de Janeiro: INL, 1959
NOTA: Poema composto de 8 partes: I - Invocação; II - Lopez e Humaitá; III - Osório e a passagem do Passo da Pátria; IV - Riachuelo e Barroso; V - Uruguaiana e Canavarro; VI - Tuiuti e 24 de Maio; VII - Porto Alegre; VIII - Assalto a Curuz
IV
RIACHUELO E BARROSO
(...)
Salve, ó nomes tão dignos de memória!
Vós sós sois um poema!
E entre os troféus da brasileira glória
O mais formoso emblema!
..............................................
Porém que atroz painel!... da luta insana
Vede o cenário horrendo!
Espesso fumo ainda os céus empana
Do turvo rio o seio escurecendo.
Tristes destroços, corpos mutilados,
Troncos, cabeças, braços decepados
Lá vão rolando... mas silêncio, ó musa!...
Cantar não tentes a gentil proeza;
Arcar não deves com tamanha empresa
Que a teus débeis acentos se recusa...
Vem tu, Meirelles; vem, preclaro artista!
Rei do pincel, em meu socorro acode:
Desdobra à nossa vista
A tua radiante, imensa tela,
Mais eloquente, mais vivaz, mais bela
Que a mais formosa ode.
E o que da musa o canto desmaiado
A custo mal exprime,
Vem revelar ao mundo deslumbrado
Com teu pincel sublime.
Publicado no livro Novas Poesias (1876).
In: GUIMARÃES, Bernardo. Poesias completas. Org. introd. cronol. e notas Alphonsus de Guimaraens Filho. Rio de Janeiro: INL, 1959
NOTA: Poema composto de 8 partes: I - Invocação; II - Lopez e Humaitá; III - Osório e a passagem do Passo da Pátria; IV - Riachuelo e Barroso; V - Uruguaiana e Canavarro; VI - Tuiuti e 24 de Maio; VII - Porto Alegre; VIII - Assalto a Curuz
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