Luís Delfino
Luís Delfino dos Santos foi um médico, político e poeta brasileiro. É considerado o segundo poeta mais importante de Santa Catarina, superado apenas por Cruz e Sousa.
1834-08-25 Desterro [Florianópolis] SC
1910-01-31 Rio de Janeiro, Brasil
19480
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Depois do Banho
Sai do banho: o seu corpo alabastrino
Goteja: a água murmura do abandono;
Vê-se abatida, lânguida, com sono...
Lança mão do lençol, quase sem tino.
Mostra-lhe o espelho o corpo peregrino:
Ela o admira, e busca ver-lhe o dono...
Anjo, merece um céu; mulher, um trono:
Cisma, e sacode as tranças d'ouro fino.
Senta-se, e mostra a orla avermelhada
De uma estrela, que imerge no infinito,
Sob uma névoa loura ainda molhada.
Seu rosto inquieto oscila alegre e aflito:
Mas... numas longas asas confiada,
Pensa fugir ao mais ligeiro grito...
Publicado no livro Íntimas e Aspásias (1935). Poema integrante da série Íntimas.
In: DELFINO, Luiz. Os melhores poemas. Sel. Lauro Junkes. São Paulo: Global, 1991. p.89. (Os Melhores poemas, 23
Goteja: a água murmura do abandono;
Vê-se abatida, lânguida, com sono...
Lança mão do lençol, quase sem tino.
Mostra-lhe o espelho o corpo peregrino:
Ela o admira, e busca ver-lhe o dono...
Anjo, merece um céu; mulher, um trono:
Cisma, e sacode as tranças d'ouro fino.
Senta-se, e mostra a orla avermelhada
De uma estrela, que imerge no infinito,
Sob uma névoa loura ainda molhada.
Seu rosto inquieto oscila alegre e aflito:
Mas... numas longas asas confiada,
Pensa fugir ao mais ligeiro grito...
Publicado no livro Íntimas e Aspásias (1935). Poema integrante da série Íntimas.
In: DELFINO, Luiz. Os melhores poemas. Sel. Lauro Junkes. São Paulo: Global, 1991. p.89. (Os Melhores poemas, 23
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