Emílio de Menezes

Emílio de Menezes

Emílio Nunes Correia de Meneses foi um jornalista e poeta parnasiano brasileiro, imortal da Academia Brasileira de Letras e mestre dos sonetos satíricos. Para Glauco Mattoso, o poeta paranaense é o principal poeta satírico brasileiro após Gregório de Matos.

1866-07-04 Curitiba PR
1918-06-06 Rio de Janeiro
17667
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O L

De carne mole e pele bambalhona,
Ante a própria figura se extasia.
Como oliveira — ele não dá azeitona,
Sendo lima — parece melancia.

Atravancando a porta que ambiciona
Não deixa entrar nem entra. É uma mania!
Dão-lhe por isso a alcunha brincalhona
De pára-vento da diplomacia.

Não existe exemplar na atualidade
De corpo tal e de ambição tamanha,
Nem para intriga igual habilidade.

Eis, em resumo, essa figura estranha:
Tem mil léguas quadradas de vaidade
Por milímetro cúbico de banha.


Publicado no livro Mortalhas: os deuses em ceroulas (1924).

In: MENEZES, Emílio de. Obra reunida. Poemas da Morte, Poesias, Últimas Rimas, Mortalhas, Esparsos e Inéditos. Org. Cassiana Lacerda Carollo. Rio de Janeiro: J. Olympio; Curitiba: Secretaria da Cultura e do Esporte do Estado, 198
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