O Beija-Flor
O verde beija-flor, rei das colinas,
Vendo o rocio e o sol brilhante
Luzir no ninho, trança d'ervas finas,
Qual fresco raio vai-se pelo ar distante.
Rápido voa ao manancial vizinho,
Onde os bambus sussurram como o mar,
Onde o açoká rubro, em cheiros de carinho,
Abre, e eis no peito úmido a fuzilar.
Desce sobre a áurea flor a repousar,
E em rósea taça amor a inebriar,
E morre não sabendo se a pode esgotar!
Em teus lábios tão puros, minha amada,
Tal minha alma quisera terminar,
Só do primeiro beijo perfumada!
In: D. PEDRO II. Poesias completas de D. Pedro II: originais e traduções, sonetos do exílio, autênticas e apócrifas. Prefácio de Medeiros e Albuquerque. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932. Poema integrante da série Versões.
NOTA: Tradução do poema "Le Colibri", de Leconte de Lisl
Vendo o rocio e o sol brilhante
Luzir no ninho, trança d'ervas finas,
Qual fresco raio vai-se pelo ar distante.
Rápido voa ao manancial vizinho,
Onde os bambus sussurram como o mar,
Onde o açoká rubro, em cheiros de carinho,
Abre, e eis no peito úmido a fuzilar.
Desce sobre a áurea flor a repousar,
E em rósea taça amor a inebriar,
E morre não sabendo se a pode esgotar!
Em teus lábios tão puros, minha amada,
Tal minha alma quisera terminar,
Só do primeiro beijo perfumada!
In: D. PEDRO II. Poesias completas de D. Pedro II: originais e traduções, sonetos do exílio, autênticas e apócrifas. Prefácio de Medeiros e Albuquerque. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932. Poema integrante da série Versões.
NOTA: Tradução do poema "Le Colibri", de Leconte de Lisl
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