I - À Morte do Príncipe D Pedro
Pode o artista pintar a imagem morta
Da mulher, por quem dera a própria vida.
À esposa que a ventura vê perdida
Casto e saudoso beijo inda conforta.
A imitar-lhe os exemplos nos exorta
O amigo na extrema despedida...
Mas dizer o que sente a alma partida
Do pai, a quem, oh Deus, tua espada corta.
A flor de seu futuro, o filho amado;
Quem o pode, Senhor, se mesmo o Teu
Só morrendo livrou-nos do pecado,
Se a terra à voz do Gólgota tremeu
E o sangue do Cordeiro Imaculado
Até o próprio céu enegreceu!
In: D. PEDRO II. Poesias completas de D. Pedro II: originais e traduções, sonetos do exílio, autênticas e apócrifas. Prefácio de Medeiros e Albuquerque. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932. Poema integrante da série Poesias Autênticas.
NOTA: O poema se refere à morte do quarto e último filho de D. Pedro II com a Imperatriz D. Teresa Cristina Maria, em 185
Da mulher, por quem dera a própria vida.
À esposa que a ventura vê perdida
Casto e saudoso beijo inda conforta.
A imitar-lhe os exemplos nos exorta
O amigo na extrema despedida...
Mas dizer o que sente a alma partida
Do pai, a quem, oh Deus, tua espada corta.
A flor de seu futuro, o filho amado;
Quem o pode, Senhor, se mesmo o Teu
Só morrendo livrou-nos do pecado,
Se a terra à voz do Gólgota tremeu
E o sangue do Cordeiro Imaculado
Até o próprio céu enegreceu!
In: D. PEDRO II. Poesias completas de D. Pedro II: originais e traduções, sonetos do exílio, autênticas e apócrifas. Prefácio de Medeiros e Albuquerque. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932. Poema integrante da série Poesias Autênticas.
NOTA: O poema se refere à morte do quarto e último filho de D. Pedro II com a Imperatriz D. Teresa Cristina Maria, em 185
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