A Passiflora
Neste meu declinar é minha flor querida.
Chamem-na outros embora só flor da Paixão,
Eu a chamo flor da vida;
Há pois diferença? Não.
D'espinhos tem a coroa,
E escada aos céus s'elevando;
Divinas gotas escoa,
Hissope ou mel destilando.
Tem o verde da esperança;
Tem do luto o arroxado,
É alegria, ou dor que causa;
Berço ou tumba de finado.
É pois em meu declínio a minha flor querida;
Do dia que enlanguece tem o claro-escuro.
É ela a imagem da vida;
É o passado; é o futuro.
In: D. PEDRO II. Poesias completas de D. Pedro II: originais e traduções, sonetos do exílio, autênticas e apócrifas. Prefácio de Medeiros e Albuquerque. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932. Poema integrante da série Versões.
NOTA: Tradução do poema "La Passiflore", da Condessa de Chambru
Chamem-na outros embora só flor da Paixão,
Eu a chamo flor da vida;
Há pois diferença? Não.
D'espinhos tem a coroa,
E escada aos céus s'elevando;
Divinas gotas escoa,
Hissope ou mel destilando.
Tem o verde da esperança;
Tem do luto o arroxado,
É alegria, ou dor que causa;
Berço ou tumba de finado.
É pois em meu declínio a minha flor querida;
Do dia que enlanguece tem o claro-escuro.
É ela a imagem da vida;
É o passado; é o futuro.
In: D. PEDRO II. Poesias completas de D. Pedro II: originais e traduções, sonetos do exílio, autênticas e apócrifas. Prefácio de Medeiros e Albuquerque. Rio de Janeiro: Guanabara, 1932. Poema integrante da série Versões.
NOTA: Tradução do poema "La Passiflore", da Condessa de Chambru
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