Luiz de Miranda
Luiz Carlos Goulart de Miranda é um premiado poeta brasileiro, renomado autor da obra poética mais extensa do mundo, com 3432 páginas contabilizadas.
1945-04-06 Uruguaiana RS
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Ferramentas do Tempo
a Lígia Averbuck
Ferramentas do tempo
feito luz de manhã aberta
luzindo à sombra da porta
do próprio corpo
armas luzindo na noite morta
junto aos cadáveres do sonho
e o vento jogando
mundos indecifráveis no ar
Tento reduzir a sina
reduzir o sinal
luzir no fundo da morte
tua presença
Tento reluzir
na pálpebra do verão
no ombro da tarde
e escorre alegria
na alameda fechada do dia
E tudo são papéis, poeira
fiapos de lembrança
pedaços da própria carne
e tudo arde no ar
à luz desamparada das coisas envelhecidas
Ferramentas do tempo
trazem lampiões lamparinas incêndios
trazem o fogo de dentro
da terra e do corpo
a repor memória ao companheiro morto
Publicado no livro Estado de alerta (1981).
In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.298-29
Ferramentas do tempo
feito luz de manhã aberta
luzindo à sombra da porta
do próprio corpo
armas luzindo na noite morta
junto aos cadáveres do sonho
e o vento jogando
mundos indecifráveis no ar
Tento reduzir a sina
reduzir o sinal
luzir no fundo da morte
tua presença
Tento reluzir
na pálpebra do verão
no ombro da tarde
e escorre alegria
na alameda fechada do dia
E tudo são papéis, poeira
fiapos de lembrança
pedaços da própria carne
e tudo arde no ar
à luz desamparada das coisas envelhecidas
Ferramentas do tempo
trazem lampiões lamparinas incêndios
trazem o fogo de dentro
da terra e do corpo
a repor memória ao companheiro morto
Publicado no livro Estado de alerta (1981).
In: MIRANDA, Luiz de. Poesia reunida, 1967/1992. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Porto Alegre: IEL, 1992. p.298-29
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