Cruz e Sousa
João da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro. Com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.
1861-11-24 Desterro, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
1898-03-19 Sítio, Brasil
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Mãos
Ó Mãos ebúrneas, Mãos de claros veios,
esquisitas tulipas delicadas,
lânguidas Mãos sutis e abandonadas,
finas e brancas, no esplendor dos seios.
Mãos etéricas, diáfanas, de enleios,
de eflúvios e de graças perfumadas,
relíquias imortais de eras sagradas
de antigos templos de relíquias cheios.
Mãos onde vagam todos os segredos,
onde dos ciúmes tenebrosos, tredos,
circula o sangue apaixonado e forte.
Mãos que eu amei, no féretro medonho
frias, já murchas, na fluidez do Sonho,
nos mistérios simbólicos da Morte!
Publicado no livro Faróis (1900). Quinto de uma série de sete sonetos sobre o corpo feminino.
In: SOUSA, Cruz e. Poesia completa. Introd. Maria Helena Camargo Régis. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 1985. p. 92
esquisitas tulipas delicadas,
lânguidas Mãos sutis e abandonadas,
finas e brancas, no esplendor dos seios.
Mãos etéricas, diáfanas, de enleios,
de eflúvios e de graças perfumadas,
relíquias imortais de eras sagradas
de antigos templos de relíquias cheios.
Mãos onde vagam todos os segredos,
onde dos ciúmes tenebrosos, tredos,
circula o sangue apaixonado e forte.
Mãos que eu amei, no féretro medonho
frias, já murchas, na fluidez do Sonho,
nos mistérios simbólicos da Morte!
Publicado no livro Faróis (1900). Quinto de uma série de sete sonetos sobre o corpo feminino.
In: SOUSA, Cruz e. Poesia completa. Introd. Maria Helena Camargo Régis. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura, 1985. p. 92
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