Sérgio Godinho
Sérgio de Barros Godinho mais conhecido por Sérgio Godinho é um poeta, compositor e intérprete português. Como autor, compositor e cantor, personifica perfeitamente a sua música “O Homem dos 7 Instrumentos”.
1945-08-31 Porto
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Autor, actor, compositor e interprete. Fez estudos secundários no Liceu D. Manuel II após o que se matriculou na Faculdade de Economia da Universidade do Porto e fez parte do elenco do Teatro Universitário. Em 1965 exilou-se em Genebra, Suiça, onde estudou Psicologia. Foi abraçando uma série de profissões de ocasião para garantir a sobrevivência económica. Em Amesterdão, para onde entretanto se mudara, foi descarregador no porto e embarcou, como tripulante, num navio que o levou às Antilhas. Em 1967 fixou-se em Paris. É então que conhece José Mário Branco, também portuense, também exilado, com quem começa a trabalhar na área da musica. Os acontecimentos do Maio de 68 vão mobilizá-lo e passa a actuar, com outros cantores franceses e espanhóis, em fábricas ocupadas pelos operários e em outros locais. Candidato em 1969 a actor para o espectáculo musical parisiense «Hair», consegue ser escolhido entre muitos concorrentes. Em 1970 relaciona-se com os actores do famoso grupo Living Theatre, de Julian Beck, e lança algumas canções, de que é autor e intérprete, no disco editado em 1971, Romance de Um Dia na Estrada. Neste último ano, e durante uma curta estada no Brasil, integra-se no Living Theatre, então em digressão em Ouro Preto. Todavia o grupo é objecto de uma campanha de organizações conservadoras levando à prisão de todos os actores pelas autoridades, libertados dois meses depois devido às pressões internacionais e ao prestígio do grupo. Regressado à Europa, assiste à publicação de um álbum de canções de José Mário Branco, Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontadas, com quatro textos de sua autoria. Em 1972 a Casa da Imprensa distingue-o com o prémio do «melhor autor de letra». Transfere-se para o Canadá, fixando residência em Vancouver, onde trabalha com o grupo de teatro independente Genesis Company Theatre e em 1973 a Casa da Imprensa volta a distingui-lo com o prémio do «melhor disco do ano», referente ao álbum Os Sobreviventes.Regressado ao país após 1974, inicia uma intensa actividade como autor, compositor e intérprete, granjeando alguns prémios atribuídos pela imprensa da especialidade. Intervém em algumas produções cinematográficas como actor e compõe músicas para os filmes portugueses, Os Demónios de Álcacer Quibir (1975), A Confederação (1976), Nós Por Cá Todos Bem (1976/77); Kilas, o Mau da Fita (1980) e para algumas realizações francesas. Segundo o Prof. Arnaldo Saraiva, as letras deste autor e intérprete «não podiam fugir à tradição que se iniciou em língua portuguesa com as cantigas medievais. Naquelas, como nestas, abundam os jogos paralelísticos, as repetições de todo o tipo (da anáfora ao quiasmo), as oposições, as variações, as simetrias e dissimetrias (formais e semânticas) que marcam claramente, didacticamente, de modo a poderem ser retidas com facilidade na leitura ou na audição, as diferenças de sentido, as lutas com e pelo sentido, as hipóteses de mudança e de alternativa (da história, da sociedade, do sujeito).»