Rodrigues Lobo

Francisco Rodrigues Lobo foi um poeta português. Autor regionalista como poucos, apresenta o cognome de "cantor do Lis".

Leiria
1621-11-04 Lisboa
1934
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Alguns Poemas

de A Primavera

já nasce o belo dia,Princípio do verão formoso e brando,Que com nova alegriaEstão denunciando As aves namoradasDos floridos raminhos penduradas.já abre a bela aurora,Com nova luz, as portas do oriente;E mostra a linda Flora O prado mais contente Vestido de boninas Aljofrado de gotas cristalinas. Já o sol mais formoso Está ferindo as águas prateadas;E zéfiro queixosoOra as mostra encrespadas À vista dos penedos, Ora sobre elas move os arvoredos.De reluzente areiaSe mostra mais formosa a rica praia,Cuja riba se arreiaDo álamo e da faia,Do freixo e do salgueiro,Do olmo, da aveleira, e do loureiro.já com rumor profundoNão soa o Lis nos montes seus vizinhos;Antes no claro fundoMostra os alvos seixinhos,E os peixes que nas veiasDeixam, tremendo, a sombra nas areias.já sem nuvens medonhasSe mostra o céu vestido de outras cores,já se ouvem as sanfonhasE flauta dos pastores Que vão guiando o gado Pela fragosa serra, e pelo prado.Já nas largas campinas,E nas verdes descidas dos outeiros,Ao som das sanfoninas,Cantam os ovelheiros,Enquanto os gados pascemAs mimosas ervinhas que renascem.Sobre a tenra verdura Agora os cabritinhos vão saltando,E sobre a fonte puraPassa a noite cantandoO rouxinol suaveCom saudoso acento agudo e grave.Diana mais formosa,Sem ventos, sobre as águas aparece, E faz que a noite irosa Tão clara resplandece À vista das estrelas,Que se envergonha o sol à vista delas.Tudo nesta mudança,Qual em sua esperança,Também de novo cobra novo estado;E qual em seu cuidadoAcha contentamento;Qual melhora na vida o pensamento.

Poeta lírico, épico e grande prosador seiscentista, a sua biografia contém ainda muitas lacunas que é impossível preencher no estado actual dos nossos conhecimentos. Não se encontrou até hoje o registo fidedigno da data do seu nascimento. Ricardo Jorge, fundamentando-se na informação dada pelo poeta na dedicatória da Corte na Aldeia, onde este diz ter nascido «em idade em que já a de Portugal era acabada», sustenta que ela não poderá situar-se antes de 1580, quando já não havia corte portuguesa (ob. cit., p. 22). Selma Pousão Smith, por outro lado, sugere a data de 1573 ou 1574, e não a de 1580. Baseia-se para isso noutra dedicatória, a que é dirigida a D. Francisco Mascarenhas, conde de Santa Cruz, na Primeira e Segunda Parte dos Romances de Francisco Roíz Lobo, de Leiria (Coimbra, 1596). Aí Rodrigues Lobo afirma ter vinte e um anos por altura da composição da obra. O problema está em saber-se em qual das dedicatórias teria sido o escritor mais exacto ou menos dado a lapsos de memória. Como, porém, na primeira a asserção é genérica e na segunda ele indica os anos que então teria, posto que contraditórias sejam as informações prestadas, regista-se aqui como mais provável a segunda, embora debaixo de caução. Por outro lado, a data da morte foi definitivamente fixada por Carlos Alberto Ferreira, como sendo a de 24 de Novembro de 1621. Oriundo de uma família abastada, que tudo indica fosse de cristãos novos, matriculou-se na Universidade de Coimbra (1593 1594), onde se bacharelou em Leis (13 de Maio de 1602), não exercendo qualquer profissão, porque tinha decerto a independência de meios que lhe permitiu dedicar-se às letras. A sua vida foi pouco movimentada, porque residiu quase sempre em Leiria ou arredores, cuja paisagem exalçou frequentemente nos seus poemas, fazendo visitas ocasionais a Coimbra, Lisboa, Vila Viçosa, e a solares de fidalgos da sua amizade. Em condições algo misteriosas, morreu afogado no Tejo, em dia de temporal (R. Jorge, ob. cit. p. 9). A sua obra poética é constituída por um volume de Romances (1596), pela trilogia pastoral – A Primavera (1601), O Pastor Peregrino (1608) e O Desenganado (1614) –, O Condestabre de Portugal, poema heróico, celebrando os feitos de Nuno Álvares Pereira (1610), Jornada que D. Filipe III hizo a Portugal, em verso castelhano (1623), e Éclogas (1605). O seu bucolismo desenvolve-se na linha de Bernardim Ribeiro e ressuma uma profunda tristeza de amores ausentes. Cultiva também com grande finura e mestria a melhor tradição camoniana e retém a moralização conceituosa de veia mirandina. Em prosa publicou a Corte na Aldeia e Noites de Inverno (1619), constituída por dezasseis diálogos, onde aborda com fina ironia temas de natureza cultural e sociológica: a conduta do «discreto» ou cortesão; a excelência da língua portuguesa; os géneros literários, a arte de contar; a importância da história nacional e do tempo em que havia corte em Portugal; as carreiras profissionais e a sua função na vida social do reino. A beleza e a maturidade do estilo fazem desta obra um clássico da língua portuguesa.
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