Que pensas?
Que pensas agora, que dor tão profunda
As fibras do peito me vem estalar?
Talvez de saudades tualma se inunda,
Que a vida passada te faz recordar!
Também esta mente saudosa delira,
Que flor da tristeza só vem oscular,
Em pranto dorido minh alma suspira
Sonhando contigo num doce lembrar.
As juras sagradas que em tão meigo enleio
Juraste é o a fala convulsa damor,
Ainda palpitam aqui neste seio,
Qu enluta amargoso, pungente tristor!
E sempre a lembrança da louca ternura
Abrasa a minhalma de longa paixão,
Que desse passado, rosal de ventura,
Eu tenho o perfume no meu coração!
Ai doces momentos em férvido pranto,
Te digo chorando bem trêmulo - adeus...
Ai doces momentos, d enlevo tão santo,
Ai vida d amores tão puros, meu Deus!
(Porto Alegre, 8 de outubro de 1856)