Pedro Paiva

Pedro Paiva

1962-06-29 Altos - Pi
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ETERNA AMADA

Luz dos olhos meus!
Sempre que te vejo
me despertas n’alma
os febris desejos
de um amor insano
às vezes voraz,
às vezes profano.

Prende-me e escraviza-me
nesta Vida em Morte,
nesta Morte em Vida.
Frêmitos da Dor
no torpor do delírio.
Cavatina d’amor
- divinal Martírio –
que transcende os Céus
e subjuga o Inferno.
Quase sempre amargo,
nunca sempre terno.

Gozo da Desventura
no estertor d’Agonia.
Doce fel da Amargura
nos frenesis da orgia.

Frívolo ou fugaz.
A forma? Qu’importa?!
Nele me deslumbro
e nele me encanto.
Se me traz a guerra
ou leva-me a paz;
porque é Dor....Ai!
Eu o quero tanto!

Vida desta Vida.
alma rediviva
n’essência dúbia e viva
do meu rude ser.
Ó, louca paixão!
mais que bem-querer
por Deus sempre unidos
em pujantes laços
de carne e de sangue
inturgescidos.
Beija-me à boca
com teus lábios lassos
pra ressuscitar-me
se eu tiver morrido.

DA OBRA AMOR PRA VIDA INTEIRA, DE PEDRO PAIVA
 
 
 
 
 
 
 
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