Conversa Mórbida
Um dia eu nasci.
E aqui eu me fiz.
Me enraizei, fiz de mim um lar,
e nessa brevidade de momento, tão simples e quase nula...
A morte, amado fim, baterá na porta às 4 da tarde,
e talvez eu me sente com ela para uma conversa franca.
Indagar-lhe o motivo de sua demora, visto que há tanto tempo estou vazia.
Perguntar-lhe o motivo de ir me levando aos pouquinhos, de pedacinhos,
embrulhados em fino e delicado cetim.
Por que Dona Morte, a senhora leva apenas os meus cacos?
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