JANELA II
JANELA II
Sou um lago daquele sem lua,
sem reflexo,margem ou fim,
sou esquina sem beco ou rua,
sou ausência de alguém em mim.
sou poente, sarjeta e nojento,
sou vento,lamento- quem dera poeta!
sem musa ou caneta, verso ou meta,
sou o demônio da lágrima que invento.
Sou o sossego do luar na noite,
sou silêncio sem noite ou luar,
sou o perdão gêmeo do açoite,
sou minh'ausência por te sobrar.
Sou apenas frações de algo meu,
sem um riso ou a quem esboçar,
sou encontro nosso que se perdeu,
sou em ti um melhor lugar.
Sérgio
20/07/91
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