Maria Antonieta Matos

Maria Antonieta Matos

Maria Antonieta Rosado Mira Valentim de Matos - MARIA ANTONIETA MATOS, nasceu em 1949 em Terena, Concelho de Alandroal e reside em Évora, Alentejo, Portugal

1949-01-09 S. Pedro de Terena - Alandroal - Evora
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A TEIA

Escondes-me em caminhos curvilíneos, com pedras e bicos,

turbulentos, movediços, escorregadios com buracos e picos,

com torrões, confusões, labirintos…

E vens convencer-me a passar por aí

E eu, cega… enfeitiçada na tua lábia … por aí…caí

Queres decidir o meu destino, falas-me de mansinho,

Estrelado de promessas… e eu no triste fado, tropeço sem ti

Ah! Quantas falsas histórias, inventadas, forjadas

Com falas entoadas me veem cativar?

Que tarde do mau sonho eu consigo acordar

Mas aí, estou arruinada, acabada,

alucinada, caída na podridão… e de ti só recebo humilhação

Compras-me com ofertas, para saciares teus desejos,

cúmplices de pejos, para me deslumbrar, e eu que não vejo….!

Só consigo ver… o que posso ganhar… o meu bem-estar!

Delicias-me com muitos sorrisos, afagos atrevidos, ousadias,

Depois quando me dou … tu me atrofias

Vens cheio de maldade, falsidade, habilidade, que desculpo!

Por ânsia deste VÍCIO que me tortura a mente….!

Sou alma penada, caída prostrada sem vida sem nada

Sou troça da gente, que se diz decente, sou perigo eminente

Vivo à margem da incompreensão, sou fraca de expressão

Não oiço ninguém e maltrato quem me quer bem

Teias da vida, enleios que me vejo metida, sem guarida, ferida

Na má sorte prometida, mal escolhida, sem que me deixe uma alternativa


Maria Antonieta Matos, 31-03-2014

In NPE " Eternamente Poeta"


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