Nordeste, tua gente é um canto,
De vozes que o vento espalha no ar,
Forjadas no fogo, na seca, na chuva,
Almas vivas que sabem lutar.

Das festas que dançam a noite inteira,
Ao som de sanfona, zabumba, pandeiro,
E Djavan, filho da terra das Alagoas,
Canta o mar, a saudade, o cheiro, o canavial inteiro.

És praia e sertão, beleza sem fim,
Das ondas que lambem o céu estrelado,
Ao verde das folhas do mandacaru,
Que resistem ao sol no chão rachado.

Oh, terra de Alencar, Bandeira e Amado,
E Castro Alves, com versos de fogo e dor,
Tua força habita cada poema
Que exalta a tua graça, o teu amor.

E para Graciliano, Suassuna, inspiração,
Que te escreveram com alma e visão,
És poesia eterna, em prosa e memória,
Nordeste, és o livro vivo da nossa história.

Em cada verso, em cada troféu,
Em cada palavra que deixa saudade,
És o Nordeste, livro e cordel,
Riqueza que canta nossa identidade.