Samuel Knevitz Silveira
Por autodefinição: gaúcho, cristão, pseudopoeta, turismólogo e aspirante a psicólogo. Por definições alheias: aleatório e enigmático. Instagram: @simposio.do.poeta - @samuelks_95 / Recanto das Letras: Samuel Knevitz Silveira
Tio Hugo
Esta noite eu acordei
O sol ainda ausente
O choro já presente
Foi então que recordei
na memória, uma canção
Uma dor no coração
Para a infância trasladei
Vi seu rosto, sorriso doce
Nostalgia que me trouxe
Nas lembranças eu vaguei
Sua grave voz a ressoar
Canção do meu primeiro lar
À sua casa me acheguei
onde dei primeiros passos
Entre quedas e abraços
À sua mesa me sentei
Sempre assíduo anfitrião
Da família, brincalhão
Ali, contigo eu carteei
Entre naipes e cigarros
De tragos a baralhos
Ao seu lado me sentei
Posto a ouvir versos e rimas
Do pai de minhas primas
E, quando enfim lhe visitei
Revivi a velha infância
Aconchego da estância
Naquela tarde lhe abracei
No olhar, a despedida
Num abraço de partida
Ao meu leito retornei
De uma onírica viagem
A uma lúcida miragem
Esta noite eu acordei
O sol ainda ausente
E, você, não mais presente.