Manchas

Um pouco de mundo
Uma mancha de ser
Um grito calado
Um resto de tudo

Vidas
Bocados de sonhos espalhados pela cidade
Denunciados em órfãos e pedintes
Espalhados por aí, largados pela urbe

Mas nada muda
Para os que carregam almas mudas
Aos apressados, sobrecarregados
Aos de passos maquinados, nada muda
Quando as súplicas convidam lágrimas
O desespero a doença
E a fome tolera o furto
Quando os as manhãs de sol são negras  e longas, 
Quando o morrer oferece portas e os sorrisos são curtos
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