canção para o teu silêncio
em teu primeiro silêncio,
deixei todas as palavras,
supondo que nunca mais
delas eu precisaria.
em teu último silêncio,
precisei de todas elas,
e não pude nem morrer
quando notei que as não tinha.
as letras são só relevo,
agora, do teu semblante,
onde a espera exasperada
fez-se nula, mas completa.
fora da palavra morte,
não morro. levo comigo.
de teu último silêncio
não regressarei poeta.
em teu primeiro silêncio,
construí a minha casa;
pus mais flores e mobília
do que na casa cabia.
em teu último silêncio,
desabaram as paredes
ao redor da porta aberta,
por qual jamais entrarias.
e fiquei de mãos vazias
sem verdade ou movimento,
vendo os símbolos quebrados
nas marés entreabertas.
fora da palavra vida,
só me resta carregá-la.
de teu último silêncio
não regressarei poeta.
deixei todas as palavras,
supondo que nunca mais
delas eu precisaria.
em teu último silêncio,
precisei de todas elas,
e não pude nem morrer
quando notei que as não tinha.
as letras são só relevo,
agora, do teu semblante,
onde a espera exasperada
fez-se nula, mas completa.
fora da palavra morte,
não morro. levo comigo.
de teu último silêncio
não regressarei poeta.
em teu primeiro silêncio,
construí a minha casa;
pus mais flores e mobília
do que na casa cabia.
em teu último silêncio,
desabaram as paredes
ao redor da porta aberta,
por qual jamais entrarias.
e fiquei de mãos vazias
sem verdade ou movimento,
vendo os símbolos quebrados
nas marés entreabertas.
fora da palavra vida,
só me resta carregá-la.
de teu último silêncio
não regressarei poeta.
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