Quem dá mais, Preciosa?
Mil
Dois mil
Cinquenta mil
Seiscentos e cinquenta mil
Cem mil
Sem mil…
Sem milagre que a salve.
Ela jaz
Entre bronze, prata, ouro,
Montes de moedas
E pedras preciosas.
De mantas encarnadas
Adornada.
A dor nada
No seu sangue,
No seu suor,
No seu semblante.
Pálida,
Gélida,
Impassível.
Quase de uma estátua se fala,
“Tão rígida” - diria eu
“Tão esculpida” - diriam eles
Mil
Dois mil
Cinquenta mil
Seiscentos e cinquenta mil
Cem mil
Sem mil…
Sem milagre que a salve.
Quase de um retrato me apercebo,
“Tão apática” - diria eu
“Tão sensual” - diriam eles
Mil
Dois mil
Cinquenta mil
Seiscentos e cinquenta mil
Cem mil
Sem mil…
Sem milagre que a salve.
Intocável,
Que esperas do mundo?
Tens medo do toque
E com toda a razão.
Sinto asco desses
Que te puseram exposta,
Entre as ditas preciosidades,
Como se fosses escultura ou retrato.
Obra serás,
Divina sem dúvida,
Digna porventura.
Sinto os teus tremores daqui
E fervo.
Então peço ao homem que não amo,
Que dê mais.
Um milhão.
Vendida.
A mim.
Não daria nada por ti,
Não por valeres pouco,
Mas por não haver valor justo para te adquirir.
Nem mil
Nem milagrosas quantidades de metais preciosos.
Chegas finalmente a meu lado
E pergunto-te o nome.
“Preciosa”.
Dois mil
Cinquenta mil
Seiscentos e cinquenta mil
Cem mil
Sem mil…
Sem milagre que a salve.
Ela jaz
Entre bronze, prata, ouro,
Montes de moedas
E pedras preciosas.
De mantas encarnadas
Adornada.
A dor nada
No seu sangue,
No seu suor,
No seu semblante.
Pálida,
Gélida,
Impassível.
Quase de uma estátua se fala,
“Tão rígida” - diria eu
“Tão esculpida” - diriam eles
Mil
Dois mil
Cinquenta mil
Seiscentos e cinquenta mil
Cem mil
Sem mil…
Sem milagre que a salve.
Quase de um retrato me apercebo,
“Tão apática” - diria eu
“Tão sensual” - diriam eles
Mil
Dois mil
Cinquenta mil
Seiscentos e cinquenta mil
Cem mil
Sem mil…
Sem milagre que a salve.
Intocável,
Que esperas do mundo?
Tens medo do toque
E com toda a razão.
Sinto asco desses
Que te puseram exposta,
Entre as ditas preciosidades,
Como se fosses escultura ou retrato.
Obra serás,
Divina sem dúvida,
Digna porventura.
Sinto os teus tremores daqui
E fervo.
Então peço ao homem que não amo,
Que dê mais.
Um milhão.
Vendida.
A mim.
Não daria nada por ti,
Não por valeres pouco,
Mas por não haver valor justo para te adquirir.
Nem mil
Nem milagrosas quantidades de metais preciosos.
Chegas finalmente a meu lado
E pergunto-te o nome.
“Preciosa”.
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