Jorge Santos (namastibet)
Que fazer, se assombro tudo que faço de medo e a fracasso ...
1961-07-03 Setúbal
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Meu mar eu sou
Teu mar eu sou, igual a ti
Jogo em bruto parábolas dentro, no fundo
Dou ao mar a dor a meias, sou/nasci
Da solidão q’vem em rocha e cisão
Dentro dele, no cais das
Redes de há-de-mar-sem-rumo
De-haver mar, vou ou fujo sério
Se mar cão houver, não vou.
Sou quem de mar sujo
Se veste, cego eu jogo e afundo
Palavras nele, o voo
Me devolve ao mar, fuga
Ou paixão ou só mar, em volta
Mar sou, blindado peixe morto
Do mais profundo e negro/gordo
Que ianque vão/ingrato, porco
E desse outro modo que não eu,
Eu meu mar sou e a falta
Me sabe a sal a meu o mundo,
Mal é ter gaivotas algas pretas, gosto
Na língua de orar, ciumenta a
Areia quando me peso de ideias cheio
Do que do mar é mar caiado
E meu, me falta murar o que penso
A mar e em volta e eu cayac, infame a
Perca de mar lavado, impresso
Meu berço a sal embalado … exilado
Embala-o as ondas vagas largas,
Meu medo a ser lavado em falso,
Hoje amanhã cedo, trovão galgo
Quando do mar, grego o fogo,
O cenário da guerra, óleo sujo e a terra,
Vermelho azul “inhaque”, cimento
Ou o branco escorço da proa
Lança, “bivoac” ou chapéu canário
De palha aceso e eu ingrato, inchado
Descanso no mar que aqueceu, acendeu
Inflamado o mar Egeu, amargo de
Cianeto, castrado o Santo, o Sapo
E os Infantes prisioneiros das balsas
Dos servis, jangadas de Pedra e ossos…
Jorge Santos (Março 2022)
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