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José António de Carvalho
José António Ribeiro de Carvalho, nasceu a 26 de janeiro de 1964, na freguesia de Vermoim, onde reside.
Sempre teve gosto pela escrita.
Autor do livro de poesia e fotografia "Sente, Logo Vives e Sonhas".
Participou em mais de cinco dezenas de Antologias e Coletâneas poéticas.
1964-01-26 Vermoim, Vila Nova de Famalicão
43405
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O MAR DAS LÁGRIMAS
(Antologia ALMA DE MAR - CHIADO EDITORA, 2021)
O MAR DAS LÁGRIMAS
Duas lágrimas caem dos olhos, uma e depois outra.
Assim… breves no espaço, mas com resistência de rocha intemporal,
Com um mar de distância na sua génese,
E apesar de tão longínquas lá se uniram pela lembrança…
São como imagens de rios e rios, a juntarem-se
Numa transgressão permanente de regras das linhas e dos leitos.
Corpos empertigados, de poros fechados e mãos cerradas aos afetos
Descem pelas correntes desesperadas de céus sem futuro.
Pedras e mais pedras arrastadas brutalmente pelas águas,
Caindo na lama da alma, uma a uma, pedra sobre pedra,
Rebentando todas as linhas, todos os laços,
Matando risos, comendo esperanças, mutilando sonhos.
Uma descomunal guerrilha suicida de vã conquista.
O sangue derramado mancha as águas de todos os mares,
Tornando-as quase impenetráveis à frágil luz da razão,
Desenhando corpos lapidados e amarrados sem qualquer horizonte.
José António de Carvalho
O MAR DAS LÁGRIMAS
Duas lágrimas caem dos olhos, uma e depois outra.
Assim… breves no espaço, mas com resistência de rocha intemporal,
Com um mar de distância na sua génese,
E apesar de tão longínquas lá se uniram pela lembrança…
São como imagens de rios e rios, a juntarem-se
Numa transgressão permanente de regras das linhas e dos leitos.
Corpos empertigados, de poros fechados e mãos cerradas aos afetos
Descem pelas correntes desesperadas de céus sem futuro.
Pedras e mais pedras arrastadas brutalmente pelas águas,
Caindo na lama da alma, uma a uma, pedra sobre pedra,
Rebentando todas as linhas, todos os laços,
Matando risos, comendo esperanças, mutilando sonhos.
Uma descomunal guerrilha suicida de vã conquista.
O sangue derramado mancha as águas de todos os mares,
Tornando-as quase impenetráveis à frágil luz da razão,
Desenhando corpos lapidados e amarrados sem qualquer horizonte.
José António de Carvalho
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